A Indonésia adiou a transferência
de oito condenados à morte por tráfico de drogas para uma prisão
insular, onde serão executados. Dentre eles está o brasileiro Rodrigo
Gularte. A medida foi adotada em razão de problemas técnicos e também
para permitir que dois condenados australianos possam passar mais tempo
com suas famílias, informou um funcionário do governo nesta terça-feira.
Gularte foi preso em julho de 2004, quando
tentava entrar na Indonésia com seis quilos de cocaína escondidos em
pranchas de surfe. Os australianos Andrew Chan e Myuran Sukumaranm
lideravam um grupo de nove pessoas detidas em 2005 por tentar levar 8,3
quilos de heroína da ilha de Bali para a Austrália.
Na
segunda-feira, autoridades disseram que todos os detentos seriam
transferidos nesta semana para a prisão Nusa Kambangan, nas proximidades
da ilha de Java, onde seriam executados.
Mas o porta-voz
da promotoria geral, Tony Spontana, declarou nesta terça-feira que após
uma vistoria foi verificado que a ilha não estava pronta para a
realização das execuções. Segundo ele, os detentos serão transferidos
depois que as instalações estiverem prontas, mas não disse quanto tempo
isso vai levar.
Spontana afirmou que "o plano de execução
ainda está no cronograma", já que os pedidos de apelação dos presos
foram rejeitados. "A alteração foi na data da transferência, que deveria
acontecer nesta semana", disse ele, acrescentando que funcionários de
Nusa Kambangan sugeriram que os condenados sejam transferidos para o
local três dias antes da execução.
O adiamento foi também
uma resposta aos pedidos do governo australiano para permitir que Chan,
de 31 anos, e Sukumaran, de 33, passem mais tempo com suas famílias
antes de serem transferidos, informou Spontana. Os dois estão presos em
Bali.
O presidente indonésio Joko "Jokowi'' Widodo
rejeitou os apelos de clemência do governo australiano e prometeu não
comutar nenhuma das sentenças dos condenados porque a Indonésia passar
por uma "emergência relativa às drogas".
No caso do brasileiro, a família tenta suspender sua execução com um laudo que atesta que ele tem esquizofrenia.
Os demais presos que serão executados são um indonésio e cidadãos da França, Gana, Nigéria, além de uma mulher filipina.
Em
janeiro, a Indonésia, que tem regras bastante rígidas para questões
envolvendo drogas, executou seis condenados por fuzilamento em Nusa
Kambangan, dentre eles o brasileiro Marco Archer, de 53 anos.
Na Indonésia, há 133 pessoas no corredor da morte, dentre elas 57 por crimes relacionados às drogas e duas por terrorismo.
https://br.noticias.yahoo.com/indon%C3%A9sia-adia-execu%C3%A7%C3%A3o-condenados-tr%C3%A1fico-beneficiando-brasileiro-135800875.html
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