A
corrida eleitoral avança, restam ainda pouco mais de vinte dias até a
ida às urnas. Ao se falar de segurança pública só se fala de mais
polícia, mais militarização do cotidiano, principalmente no controle
cada vez maior de áreas pobres, como se essa fosse a grande panaceia.
A
questão, ou uma das principais questões, é que a implementação ou a
efetivação das ações que visam melhorar as áreas de maior
vulnerabilidade social, infraestrutura, cultural e econômicas da cidade e
do estado, não aparecem com a mesma veemência nos discursos dos que já
ocupam as cadeiras e detém as canetas e vai se replicando na maior parte
dos discursos dos que desejam ocupar estes mesmos postos.
Mônica Francisco
O que
nos parece é que a única saída é cada vez mais policiamento e até no
projeto UPP, essa equação não está mais fechando. Falar de segurança
pública é falar de um conjunto de ações, onde a questão social e
econômica estão também relacionadas.
O
professor e pesquisador da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro(UERJ), Luiz Eduardo Soares, afirma que segurança é uma questão
de Estado e deve estar acima das diferenças polícias, em seu livro
"Segurança tem saída", ele diz ainda que precismos de um pacto por uma
reforma institucional profunda. Ou haverá segurança para todos, ou
ninguém estará seguro.
O livro é 2006 antes da instalação da
primeira unidade no Morro Santa Marta, como uma espécie de laboratório,
do que seria uma versão turbinada de antigas experiências implementadas
em anos anteriores como por exemplo o antigo Grupamento de Policiamento
em Áreas Especiais(GPAE).
Não é nenhum problema turbinar antigas
experiências ou projetos, ver o que deu e o que não deu certo, tentar
acertar mais e buscar resultados que possibilitem ao conjunto da
sociedade uma melhor qualidade de vida. Não se pode alijar ninguém,
nenhum cidadão ou cidadã do direito de ter segurança pública, e isso se
dá aliando a políticas sociais e diálogo com a sociedade, nunca será uma
via de mão única.
Mas estamos percebendo que todas as
sinalizações feitas no sentido de uma construção mais coletiva, mais
aberta ao diálogo, lembrando diálogo é entabulado em via de mão dupla
(se fala e se ouve), se não há essa dinâmica, já era, adeus a
possibilidade de dar certo.
Não podemos ficar contando mortes de lado nenhum, só há um lado, a vida.
Estamos
vivendo um ambiente ruim, incômodo, soturno, não muito bem definido, ou
pode ser exatamente o contrário e nós simples mortais é que não estamos
entendendo.
Restam-nos três meses de relacionamento com 2014.
Muita coisa ainda pode mudar e vai. Espero que as urnas sejam um
resultado de mudança, embora os prognósticos não nos digam nada que
reforce esse pensamento, eu como boa cristã, tenho fé. Se não,
continuamos cobrando cada vez mais uma mudança neste sistema político e
eleitoral vigente, em nossas instituições, principalmente o judiciário,
que acaba de nos brindar com um auxílio de mais de sete mil reais para
seus filhos estudarem, enfim, somo aviltados cotidianamente, é hora de
dar um basta.
"A nossa luta é todo dia. Favela é cidade. Não à
GENTRIFICAÇÃO e ao RACISMO, ao RACISMO INSTITUCIONAL, ao VOTO
OBRIGATÓRIO e à REMOÇÃO!"
*Membro da Rede de Instituições do Borel, Coordenadora do Grupo Arteiras e Consultora na ONG ASPLANDE.(Twitter/@MncaSFrancisco)
http://www.jb.com.br/comunidade-em-pauta/noticias/2014/09/14/quando-se-fala-em-seguranca-publica-so-se-fala-em-policia-e-as-acoes-sociais/
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