quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Médico peruano é detido por pescar no Parque Marinho da Laje de Santos


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Gestor do Parque apreende animal caçado
Um médico peruano foi detido em flagrante praticando caça submarina no Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, localizado a quase 40 quilômetros da costa da Baixada Santista. Sem resistir, ele foi encaminhado à delegacia, junto com um marinheiro. Duas outras embarcações de pesca conseguiram fugir, sem deixar pistas do paradeiro. 
O flagrante ocorreu no início da tarde desta terça-feira (2), pelo próprio gestor do parque, José Edmilson Junior, e por integrantes do Instituto Laje Viva, organização não governamental que estimula a preservação da área. O grupo estava no local para realizar uma operação de pesquisa e observação sobre as raias mantas gigantes. 
Com um arpão, o médico, identificado como Javier Ricardo Carbajal Lizarraga, havia conseguido caçar ao menos dois peixes Enxadas (Chaetodipterus faber). Apesar de não estar em extinção, o animal, que pode pesar até 10 quilos e medir  mais de um metro de comprimento, estava em uma unidade de conservação, que proíbe, pela legislação, qualquer tipo de pesca.
 
"A Laje é uma área de proteção integral de quase 5 mil hectares", lembra o gestor do parque. Criada há pouco mais de duas décadas, a formação rochosa, localizada na costa da Baixada Santista, só pode ser utilizada para estudo das espécies que ali habitam (pesquisa ambiental) ou mergulho recreativo (desde que haja supervisão).
Com o fiscal da Fudação Florestal a bordo, a embarcação Condor, de propriedade do médico, foi escoltada até o Terminal Pesqueiro de Santos. Soldados da Polícia Militar Ambiental acompanharam, a partir dali, tanto o marinheiro, como o peruano flagrado praticando o crime ambiental até o 3º Distrito Policial, localizado na Ponta da Praia.

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Médico estava com equipamento de  caça submarina. Abordagem foi realizada por integrantes do Laje Viva
Em depoimento, ambos acusados alegaram desconhecer as restrições de pesca. "Mas, na abordagem, o marinheiro admitiu que sabia que era proibido pescar naquela região", destacou Junior. Apesar do ocorrido, eles foram liberados após assinar um termo circunstanciado. "O caso será encaminhado ao Ministério Público", garantiu.
Liberados 
A delegada Ligia Christina de Mello, do 3º Distrito Policial de Santos, esclareceu, por meio da Secretaria de Segurança Pública, que registrou boletim de ocorrência e que será instaurado inquérito policial para investigar se houve crime ambiental, justificando a não prisão do médico, apesar de ocorrido o flagrante.
  
Ligia explicou também que o peixe será submetido à perícia para verificar se está entre as espécies protegidas por lei. Além disso, a delegada explicou que, mesmo apresentando as imagens do flagrante, será apurado se o local onde o peixe foi capturado faz parte da Laje de Santos, que proíbe esse tipo de atividade.

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Lancha Condor, proveniente de uma Marina do Guarujá, foi escoltada por fiscais do Parqu Marinho
A lancha Condor, segundo o apurado, é proveniente de uma marina de Guarujá. O médico, por sua vez, tem nacionalidade brasileira e possui licença para atuar em São Paulo. Todo o material de pesca foi apreendido pela Fundação Florestal, que usará como prova para o prosseguimento do inquérito na Polícia Civil. 
Sem flagrantes
  
Duas outras lanchas, com equipamentos de pesca, foram flagradas nas proximidades do grande rochedo. As equipes de fiscalização, no entanto, não conseguiram abordá-las. Ambas fugiram na direção das cidades de Guarujá e Bertioga de onde, segundo os fiscais, as embarcações devem ser provenientes.
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Peruano e marinheiro brasileiro foram liberados, após alegarem desconhecimento sobre a unidade de preservação
 

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