quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Como diferenciar tristeza de depressão? Especialista explica

 

Ela é diferente das mudanças de humor mais comuns e se manifesta por um sentimento profundo de tristeza, impedindo a pessoa de levar uma vida normal. É a depressão, doença, que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), assola mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo. Mas, como saber identificar essa doença?

Segundo a psicoterapeuta Janice Ventura, o diagnóstico da depressão deve ser feito por um profissional, mas existem alguns pontos básicos que podem servir de alerta para quem convive com a doença. "A tristeza tem duração limitada. A depressão, não. Ela impede o indivíduo de continuar com a rotina do dia a dia. É importante ter como horizonte que a tristeza é uma emoção e faz parte da vida. Depressão é uma doença, que precisa ser diagnosticada e tratada", afirma.

E é preciso ficar atento. Em algumas pessoas, segundo ela, a tristeza pode se tornar depressão. "Se a tristeza passar de duas semanas, acompanhada de outros sintomas, como sensação de vazio e irritabilidade constantes, por exemplo, é bom procurar um profissional''.

Ainda de acordo com ela, há vários graus de depressão: leve, moderado e grave, que normalmente está associada à bipolaridade. ''É preciso identificar cedo para que o tratamento seja mais eficaz'', alerta''.
N/A
Tratamento para depressão deve ser feito em conjunto com psiquiatra e psicólogo, afirma especialista
Ainda conforme a especialista, a depressão impede a pessoa de viver. "Ela pensa em se matar, não consegue se concentrar. Tem sentimentos de culpa, fadiga e falta de energia física em excesso, que muitas vezes é confundida com anemia. Pode até ser, mas também é um dos sinais da doença".
Um dos casos mais recentes de depressão que veio à tona foi do ator Robin Williams, encontrado morto em casa no dia 11 de agosto, aos 63 anos. O ator sofria com a doença e a suspeita da polícia americana é de que Williams tenha cometido suicídio por asfixiamento.
Público-alvo

Qualquer pessoa pode ter depressão e ninguém está imune à doença, que acomete ambos os sexos, principalmente o feminino, por causa dos processos hormonais que a mulher passa durante a vida. "Tudo isso implica a produção de hormônios e a mulher fica vulnerável. A incidência de depressão na menopausa ainda é maior do que no período de pós-parto'', afirma Janice.

Além dos adultos, a depressão é a principal causa de doença e de inaptidão entre os adolescentes com idades entre 10 e 19 anos, segundo balanço da OMS.

A psicóloga atenta ainda para quem tem histórico de depressão na família. "Se algum familiar já teve a doença, existe possibilidade maior que aquele indivíduo desenvolva depressão", explica Janice.
Tratamento

Conforme a especialista, a depressão é uma doença crônica, que não tem cura, mas que, quando tratada, entra em remissão. Os tratamentos indicados são psicossocial e farmacológico. Segundo ela, a primeira etapa do tratamento consiste em admitir que se sofre com a doença e buscar ajuda.

"Há um transtorno neuroquímico do cérebro, por isso a medicação é necessária. Com os remédios, a pessoa aprende a conviver com a doença e ela (doença) adormece. A terapia ajuda o paciente a lidar com as mudanças. Por isso, é necessário um trabalho em conjunto com o psiquiatra e psicólogo. Um não funciona bem sem o outro nestes casos", diz Joanice.
N/A
Animação da OMS mostra o que é a depressão e como a doença prejudica a vida de uma pessoa. Assista no final do texto
A medicação, conforme ela explica, sempre funciona em pacientes com depressão, desde que seja administrada da forma correta. "O psiquiatra tem que testar o que melhor se adapta ao paciente. Há medicamentos novos muito bons. Há 40 anos, não havia muitas opções, mas, hoje, há uma gama de drogas no muito eficaz no mercado".

Sobre a internação e tratamentos como eletrochoque, por exemplo, a psicoterapeuta reforça que depressão se trata com terapia e medicação. "Quando é necessário outro tipo de tratamento significa que há algum outro tipo de patologia, como esquizofrenia, por exemplo".
Veja sintomas da depressão:
- Sensação de vazio
- Irritabilidade constante
- Diminuição do interesse pelas atividades do dia a dia
- Alterações de peso, apetite e do sono
- Agitação ou lentificação
- Fadiga constante
- Sentimentos de culpa
- Sensação de inadequação
- Dificuldade de concentração
- Pensamento suicida

Cachorro preto

Em parceria com o escritor e ilustrador Matthew Johnstone, a OMS produziu uma animação que mostra de forma direta o que é a depressão. Assista ao  vídeo:
 

Nenhum comentário: