quarta-feira, 2 de julho de 2014

Usuários criam petição contra encerramento de rede social

Após o anúncio de que o Orkut sairá do ar até 30 de setembro, internautas brasileiros decidiram mexer os pauzinhos para que a rede, que até 2011 era considerada a mais popular do País, continue no ar. Inconformados com a notícia, usuários criaram uma petição no site Avaaz contra o término do serviço. Até a publicação desta reportagem, já tinham sido colhidas mais de 61 mil assinaturas.

A principal reivindicação dos usuários é que o Google mantenha as inesquecíveis comunidades do Orkut no ar. Apesar do fim do serviço, a empresa garantiu, na última segunda-feira, que estes dados ainda estarão disponíveis na web, porém não será possível publicar mais conteúdos nelas.

A repercussão do encerramento do serviço também tornou-se um dos assuntos mais falados do Twitter. A hashtag #RIPOrkut, fazendo uma alusão à morte da rede, ficou em primeiro lugar nos Trending Toppics, os assuntos mais comentados dentro do microblog.
 
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Em documento, usuários recolhem assinaturas para pedir ao Google que não encerre a rede social
Na avaliação da jornalista e doutora em Comunicação, Ana Brambilla, o encerramento do Orkut não irá desencadear a descontinuação de outras redes sociais.

“É importante lembrar que o Orkut encerra as atividades em função de uma aposta de negócio do Google, que é o Google Plus. Certamente, se o G+ não existisse, o Orkut seguiria ativo até que a empresa encontrasse outra solução. No fundo, tudo se trata de negócios. Se o Twitter, o Facebook (aí dentro, o Instagram) e o Linkedin não forem mais rentáveis, provavelmente serão descontinuados e, talvez, substituídos por soluções novas das mesmas empresas”, explica.

A especialista faz ainda uma avaliação do serviço, que, apesar de há muito tempo estar no limbo das redes sociais, deixará saudades para muitos usuários.

“O Orkut alfabetizou digitalmente muita gente no Brasil. Como a primeira rede social adotada massivamente, criou hábitos digitais que depois se replicaram noutras plataformas digitais. Na base de todo esse legado está o desenvolvimento de uma consciência de colaboração, ou seja, o público entendeu, a partir do Orkut, que o meio digital tem um forte potencial de disseminar uma informação, fazendo com que qualquer pessoa tenha poder de fala”.

Migração de contas
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Mas, ainda que o objetivo empresarial seja uma migração do perfil do Orkut para o Google Plus, é prematuro garantir que o fim do serviço trará novos usuários para a caçula entre as redes sociais.

“Creio que a maior parcela de migrantes do Orkut ao Google Plus já aconteceu quando o Google integrou as contas. Pode ser que aumente a quantidade de usuários no G+, mas as características dessa plataforma são muito diferentes. Se tivesse que apostar num destino de migração, talvez esses órfãos do Orkut agora migrem para o Facebook, repetindo o processo de adoção tardia e superpovoamento de uma rede”.

Desde 2008, quando o serviço gerido por Mark Zuckerberg ganhou sua versão em português, ele ocupa a primeira posição entre as redes sociais mais visitadas do País. “A presença de marcas de maneira oficial e bastante separada dos perfis de indivíduos também ajudou a incorporar esse universo, sobretudo porque muitas marcas promoviam ações promocionais, com premiações e interações lúdicas, o que atrai de maneira inegável a atenção da massa”, comenta a jornalista.

Enquanto o Orkut dá seus últimos suspiros, quem ainda tem uma conta ativa na rede social terá até setembro para exportar dados, como fotos, scraps e depoimentos, via Google Takeout, ferramenta que permite aos internautas que transfiram dados de uma contra para outra. Os usuários também poderão converter seus perfis do Orkut em contas da rede Google+, criada em 2011.

http://www.atribuna.com.br/cidades/usu%C3%A1rios-criam-peti%C3%A7%C3%A3o-contra-encerramento-de-rede-social-1.389873

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