Também aumentou o percentual dos que aceitam crianças com três anos ou mais. Em 2010, eram 41% do total de interessados; neste ano, são 51,5%.
Para especialistas ouvidos pela Folha, ao menos três fatores explicam a mudança: a participação obrigatória dos candidatos a adoção em cursos oferecidos por ONGs e varas de infância e juventude, o trabalho de grupos de apoio e a maior divulgação do processo.
"Demorou para dar resultado, mas, a cada ano, conseguimos conscientizar mais que não interessa a faixa etária [da criança]. Filho é para a vida inteira", revelou Reinaldo Cintra, juiz da coordenadoria de Infância e Juventude de SP, para o jornal.
A mudança de perfil dos futuros pais os aproximam das crianças que estão nos abrigos, já que a maioria delas é negra e mais velha.
No entanto, apesar disso, os requisitos de cor, idade e gênero, somados à falta de estrutura do Judiciário, ainda são apontados para explicar a existência de até seis pretendentes para cada criança apta à adoção.
A Corregedoria Nacional de Justiça vê o número superior de interessados como um fator positivo, mas o problema está na existência de crianças "indesejadas" pelos pretendentes.
Das crianças disponíveis para adoção, 78,5% têm mais de dez anos, 77% têm irmãos (e não podem ser privadas do convívio com eles) e 22%, alguma doença.
No país, há 30,9 mil pretendentes na fila de adoção, para 5.456 crianças aptas, sendo 67% delas pretas ou pardas.
Para o juiz Cintra, sempre haverá interessados em adotar crianças menores. "O sonho de muitos é ter um recém-nascido. Não critico, mas as pessoas precisam saber que demora."
do BOL, em São Paulo
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