sexta-feira, 25 de abril de 2014

Supermercados de Santos deixam de funcionar de madrugada


A partir de segunda-feira, nenhum supermercado de Santos funcionará de madrugada. Depois do anúncio da alteração de expediente no Extra da Avenida Ana Costa, a única alternativa, o Pão de Açúcar da Avenida Epitácio Pessoa, ambos do mesmo grupo empresarial, também limitou seu horário. A decisão se baseia numa realidade: falta de movimento que compense o turno.

Além de poucos clientes, a sensação de insegurança e custos trabalhistas com funcionários (que recebem direitos como adicional noturno) pesam na decisão. Não é à toa, portanto, que a vida noturna (que não envolva somente casas noturnas para o lazer) de Santos e toda a Baixada Santista limita-se aos fins de semana, quando fora da temporada.

 A decisão da rede de supermercados é exemplo de um novo perfil do público na região. Os proprietários de bares, como do Toninho, não querem encerrar mais o expediente no amanhecer. São poucos os restaurantes que avançam a noite para atender clientes boêmios, como o tradicional Almeida. Até mesmo a Banca Estátua, no Gonzaga, passou a fechar às 22 horas. Então, o que sobrou? Os serviços considerados essenciais, cujas opções também não são as mais variadas.

“Não vale a pena. É muito gasto (com funcionários) e muita preocupação (com a segurança)”, desabafa um dos proprietários do tradicional restaurante Olímpia, José Joaquim Carvalhal. Na virada do século, o serviço perdurava enquanto houvesse cliente. Nos últimos anos, a casa, localizada diante da Praia do José Menino, é fechada, aos fins de semana, no máximo por volta das 2 horas.

Situação semelhante vivem os comerciantes da Rua Bassin Nagib Trabulsi, referência para os moradores da Ponta da Praia, que comemoram o movimento durante o verão e nas férias de inverno – quando há maior trânsito de pessoas na Cidade. “Eu nunca abriria um bar por aqui. Nem no Gonzaga eles conseguem ficar até tarde”, comenta Eduardo Marques, proprietário de uma casa de massas na região.

Nem mesmo os quiosques da orla, que estão sendo reformados, escapam da realidade noturna de Santos. Nos do Embaré, que no passado eram considerados pontos de encontro, hoje o expediente se encerra quando o segurança vai embora. “Ele fica até às 5 horas. Sempre fechamos antes disso e só aos finais de semana, quando há movimento”, conta Vania Farkas, funcionária do Lanches Simpsons.

Outro lado

Há, porém, quem tenha que ficar de plantão. Sem os supermercados, restam as farmácias das maiores redes (Droga Raia, que tem três unidades, mas que estuda abrir a quarta do tipo 24 horas; a Drogasil, que tem também três em período integral; e a Droga São Paulo, somente com uma), os chaveiros, serviços de radiotáxi e postos de combustíveis (alguns da BR e todos da Ipiranga).

“Só estamos abertos 24 horas porque somos obrigados pela rede. Não é compensador para o posto nem para a loja de conveniência”, diz Benedito Tico Nascimento, gerente do posto de combustíveis localizado na Avenida Washington Luís, no Canal 3.

Seguindo a tendência natural do mercado, a expectativa dele é que, nos próximos meses e se for autorizada, a unidade não funcione mais de madrugada.
 
http://www.atribuna.com.br/cidades/santos/supermercados-de-santos-deixam-de-funcionar-de-madrugada-1.377454

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