Greve dos metroviários completa seis dias; sete trens estão em
circulação.
Mais cedo, categoria bloqueou acesso de pilotos e invadiu sala de
controle.
Homem preso durante manifestação de passageiros do
Metrô-DF, que reclamam de demora e superlotação dos trens durante a greve (Foto:
Lucas Salomão/G1)
A Polícia Militar informou que 40 pessoas foram presas na manhã desta
quarta-feira (9) durante um protesto contra a demora e superlotação de trens do
Metrô do Distrito Federal. O problema ocorreu depois que a categoria
bloqueou o acesso de pilotos e invadiu a sala de controle dos veículos, no
sexto dia de greve. Os passageiros deixaram a estação de Ceilândia Centro e
bloquearam o trânsito da Avenida Hélio Prates.
Os manifestantes teriam se irritado com a situação, que provocou um atraso
superior a uma hora, e danificado alguns trens, além de acionar o botão de
emergência. Por prevenção, a direção da autarquia decidiu suspender a operação
em três estações de Ceilândia, desenergizando a via.
Durante a manifestação, vidros de um ônibus também foram quebrados. A PM
disse que precisou usar bombas de efeito moral para dispersar o grupo. Os
detidos vão responder por desacato, resistência e dano ao patrimônio
público.
Um dos participantes do ato, Paulo César Tiago de Oliveira disse que a
confusão começou ainda dentro da estação. "Quando o trem chegou em Ceilândia
Centro, ele parou. Não deixaram o trem sair, fecharam as portas do metrô, não
abriram, o pessoal começou a passar mal. Aí a polícia começou a jogar spray de
pimenta com o povo dentro do metrô", disse.
Segundo o rapaz, os usuários começaram a quebrar os trens em resposta à
situação. "Por revolta, começaram a quebrar o metrô. Eles pediram o retorno do
dinheiro, mas [o Metrô] não devolveram os R$ 3. As pessoa se indignaram. Aí
começaram a manifestação [de forma] pacífica, mas os policias chegaram com
excesso, empurrando, desrespeitando o cidadão trabalhador."
No início da manhã, uma representante
sindical invadiu a sala de controle do Metrô afirmando que queria impedir
que pessoas sem experiência ou afastadas do cargo pilotassem os sete trens que
estão em circulação durante a greve da categoria. Ela foi detida por dois
seguranças da autarquia e por policiais militares. Paralelamente, um grupo
também bloqueou o acesso de pilotos à sede, em Águas Claras. O caso foi
registrado na 21ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga.
Diretora do Sindicato dos Metroviários, Tânia Viana disse a ação ocorreu após
uma denúncia recebida pela comissão que coordena a paralisação.
“Ontem nós recebemos uma denúncia de que a direção do Metrô estava convocando
chefes que não pilotam há mais de nove anos e gente da manutenção, que não tem
essa experiência, para pilotar hoje de manhã, porque a empresa tinha a intenção
de jogar 16 trens na via. Queriam tumultuar a greve. Sabendo disso, fomos para o
posto para verificar isso. Fomos lá para deixar apenas pilotos pilotar.”
O Metrô afirmou que convocou ex-pilotos que estão em outros cargos, como
gerência, para garantir que os sete trens rodariam na manhã desta quarta e negou
que funcionários sem experiência foram chamados para operar os veículos. Ao
todo, 160 mil pessoas utilizam diariamente este tipo de transporte.
Justiça
Nesta quarta, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) vai mediar uma audiência de conciliação entre o Metrô e o sindicato, depois que a autarquia pediu que a paralisação seja julgada abusiva. A sessão está agendada para as 14h30.
Nesta quarta, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) vai mediar uma audiência de conciliação entre o Metrô e o sindicato, depois que a autarquia pediu que a paralisação seja julgada abusiva. A sessão está agendada para as 14h30.
Na ação, a companhia solicita que 100% dos empregados trabalhem nos horários
de pico e 80% dos funcionários atuem nos outros horários. Desde o início da
greve, 30% do quadro estão em serviço. Já a categoria reivindica correção das
distorções salariais do plano de carreira, redução da jornada de trabalho para
seis horas, reajuste salarial de 10%, previdência complementar e aumento da
quebra de caixa da bilheteria.
O secretário de Administração Pública, Vilmar Lacerda, afirmou que a greve
não tem justificativa e prejudica a população que necessita do serviço
diariamente. "Consideramos esta greve abusiva. Todas as cláusulas do acordo
coletivo estão sendo cumpridas. Nós já dobramos o salário no ano passado,
propusemos reajuste salarial. Portanto, é um acordo coletivo em pleno vigor e
não há justificativa para a paralisação."
Para a diretora do sindicato da categoria, Tânia Viana, não há motivos para o
pedido de abusividade da greve feito pelo GDF. Ela também criticou a manutenção
dos trens e das estações do metrô.
"Estamos cumprindo todas as determinações que a lei de greve demanda. Se não
cumprirmos essas normas regulamentadoras, e não conseguirmos a melhoria na
prestação de serviços de manutenção, a tendência é um desastre no metrô", disse.
"Nós estamos denunciando isso há três anos e ninguém nos ouve."
'Plano de contingência'
Na última quarta-feira (2) o Metrô divulgou um plano para minimizar os transtornos à população. Dez estações foram fechadas para embarque e sete trens rodam nos horários de pico.
Na última quarta-feira (2) o Metrô divulgou um plano para minimizar os transtornos à população. Dez estações foram fechadas para embarque e sete trens rodam nos horários de pico.
A empresa informou que todas as 24 estações estarão abertas para desembarque
de passageiros. O horário de funcionamento será normal, das 6h às 23h30, de
segunda a sábado, e das 7h às 19h, aos domingos e feriados. O Metrô diz que já
solicitou ao DFTrans reforço da frota de ônibus.
As estações fechadas para embarque são 102 Sul, 108 Sul, 112 Sul e Asa Sul,
no Plano Piloto, Feira, no Guará, Concessionárias, em Águas Claras, Centro
Metropolitano e Taguatinga Sul, em Taguatinga, Guariroba, em Ceilândia, e
Samambaia Sul, em Samambaia.
http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2014/04/pm-prende-31-pessoas-em-ato-contra-demora-e-superlotacao-no-metro-df.html
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