Segundo o levantamento, as mortes de profissionais pesaram em 2013.
O grau de liberdade de imprensa piorou no Brasil em 2013, e o
País é o pior das Américas em número de jornalistas mortos.
A
advertência foi feita nesta quarta-feira, 12, em Paris, pela organização
não governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que não poupou
críticas a Brasil e Estados Unidos. Em dois anos, o País despencou 12
postos na classificação, ocupando o 111.º lugar, por culpa dos riscos
das coberturas de crime e corrupção.
O
Brasil, que no ano passado aparecia em 108.º lugar, perdeu três
posições. À frente do País aparecem a República Centro-Africana, nação
em guerra e sob intervenção internacional, em 109.º lugar, e Uganda, em
110.º. "Ricos por sua diversidade, Estados Unidos e Brasil deveriam
enaltecer a liberdade de informação como norma jurídica e como valor. A
realidade está, infelizmente, longe de corresponder a essa ambição", diz
a RSF.
Segundo o levantamento, as mortes de profissionais pesaram em 2013.
"Com cinco casos, o Brasil aparece no sinistro ranking como o país mais
mortífero do continente para a profissão, um lugar ocupado até então por
um México bem mais sangrento."
Para Camille Soulier, responsável pelo Escritório Américas da RSF, as
manifestações no Brasil - que a organização chama de "Primavera
brasileira" - "foram graves para a liberdade de imprensa". A ONG ainda
menciona as pressões jurídicas sobre o exercício da profissão. "As
injunções de censura contra os veículos de mídia e contra jornalistas
engarrafam os tribunais, atendendo a pedidos de políticos servidos por
uma justiça complacente", diz o relatório.
Proteção a jornalistas
Ainda ontem, em seu relatório anual sobre a situação da imprensa no
mundo, uma das mais influentes entidades da imprensa no planeta, o
Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ), de Nova York, afirma que "tem
sido principalmente retórica" a reação do governo brasileiro ao aumento
da violência contra os jornalistas.
Sob o título "Violência e censura judicial desfiguram o horizonte no
Brasil", o documento, coordenado pelo diretor do CPJ para América
Latina, Carlos Lauria, destaca também que a presidente Dilma Rousseff
"prometeu reformas e criou um grupo de trabalho para estudar a questão
dos ataques contra jornalistas", mas as medidas concretas "têm sido
inadequadas e ineficazes".
Ao fim de sete páginas, adverte-se que "violência sem punição contra a
imprensa e censura judicial certamente vão prejudicar a imagem do país
perante a opinião internacional". As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.
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