quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Pesquisa aponta que 70% dos brasileiros não confiam na polícia

A insatisfação da população com a polícia cresceu no primeiro semestre de 2013 em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o Índice de Confiança na Justiça Brasileira (ICJBrasil), realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para integrar a 7ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), 70,1% da população não confia no trabalho das diversas polícias no País, 8,6 pontos porcentuais acima do registrado no primeiro semestre de 2012.
O FBSP destacou que a credibilidade das polícias está mais próxima da apresentada pelos partidos políticos (95,1% dos brasileiros afirmam que não confiam em legendas políticas) do que pela apresentada pelas Forças Armadas (34,6% não confiam), o que, mostra o documento, indica a necessidade de rever a atuação dos agentes de segurança pública.
De acordo com o fórum, as atuações das polícias desde as manifestações iniciadas em junho são apenas um ponto que precisa ser revisto na política de segurança adotada nos dias de hoje.


Protestos se espalham pelo Brasil200 fotos

Manifestantes mascarados fazem protesto contra o reajuste do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), na noite desta quinta-feira (31) na avenida Paulista, na área central de São Paulo. De acordo com a Polícia Militar, cerca de 150 pessoas participaram do ato. Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), eles bloquearam a avenida Paulista, no sentido Consolação, até as 22h30 Alessandro Shinoda/UOL

Violência

Cinco pessoas morrem em média todos os dias no país vítimas da ação policial, de acordo com o Anuário. No ano passado, 1.890 pessoas foram mortas em episódios envolvendo policiais em serviço. Além disso, considerando as taxas de mortes por homicídio da população e de policiais, o risco de um policial morrer assassinado no Brasil é três vezes maior que o de um cidadão comum.
A taxa de homicídio geral da população foi de 24,3 por 100 mil habitantes, enquanto a de policiais mortos em serviço e fora de serviço foi de 72,1 por 100 mil policiais. "A polícia está matando muito e morrendo muito", disse o coordenador do Anuário, Renato Sérgio de Lima. Ele afirmou que os dados são uma evidência forte de que a forma como o Estado brasileiro atua para lidar com crimes é "anacrônica e falida".
Lima disse que, embora o gasto do País com segurança pública tenha atingido R$ 61,1 bilhões em 2012, alta de 16% ante o ano anterior, cerca de 40% desse valor é destinado a aposentados e inativos. "O Brasil gasta muito, mas investe mal", resumiu.

Denúncias de excessos da PM em abordagens crescem 106% em SP



 Uma tentativa de assalto a uma residência terminou com um assaltante morto e outro detido na rua Ana Rita de Freitas, próximo à avenida Jacu-Pêssego, na zona leste de São Paulo, na madrugada desta terça-feira (5) Mario Ângelo/Sigmapress/Estadão Conteúdo
As denúncias de excessos cometidos por policiais militares durante abordagens cresceram 106% no primeiro semestre de 2013 em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 66 reclamações registradas neste ano ante 32 em 2012, de acordo com dados da Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo.

No domingo (27), o adolescente Douglas Rodrigues, 17, morreu após ser baleado por um PM durante uma abordagem na Vila Medeiros, zona norte da capital paulista.

A defesa afirmou que houve o disparo acidental da arma do policial no momento em que descia do carro para iniciar a revista. O soldado será indiciado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar).

De acordo com moradores do bairro ouvidos pela reportagem do UOL durante a semana, abordagens nas quais PMs "já chegam colocando a arma em nossas cabeças" são comuns.

A prática --que supostamente provocou a morte de Douglas-- contradiz os manuais da própria PM, segundo os quais a pistola deve mirar o chão durante o procedimento.

Procurada, a PM se manifestou por meio de sua assessoria de imprensa. Afirma que "números pequenos são estatisticamente irrelevantes e não permitem qualquer tipo de conclusão"

"Num universo de 6,5 milhões de abordagens realizadas no período apontado, apenas 66 reclamações chegaram à Ouvidoria (0,001 % do total de abordagens realizadas). Isso, no mínimo, deve recomendar um cuidado na análise, pois não configuram, sequer, uma amostra científica", informa o comunicado enviado ao UOL, que pode ser lido na íntegra ainda nesta reportagem.
 
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/11/01/denuncias-de-excessos-da-pm-em-abordagens-crescem-106-em-sp.htm

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