domingo, 3 de novembro de 2013

Delegação brasileira vai ao Uruguai expor oposição à legalização de maconha

Uma comitiva de autoridades brasileiras se reunirá na próxima semana com parlamentares uruguaios para adverti-los sobre os riscos que o país e a região correm com a legalização da compra, da venda e do cultivo de maconha, que estão prestes a serem aprovados no Uruguai, conforme informaram fontes legislativas. 

A delegação será encabeçada pelo deputado federal Osmar Terra (PMDB-RS), médico de formação, ex-secretário de Saúde do Rio Grande do Sul e colaborador próximo da presidente Dilma Rousseff. Também integram o grupo Marcelo Dornelles, subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais do Rio Grande do Sul, e Vitore Maximiano, secretário Nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça. 

"Terra se comunicou comigo porque no Brasil há uma opinião muito negativa sobre o projeto de lei de legalização da maconha, atualmente em estudo pelo parlamento uruguaio", disse à EFE o senador Alfredo Solari, presidente da Comissão de Saúde do Senado. A comissão, integrada por representantes da coalizão governista de esquerda Frente Ampla, pelo Partido Nacional (ou "blanco") e pelo Partido Colorado --os dois principais da oposição-- receberá na próxima terça-feira a delegação brasileira. 

"Nos pediram uma reunião para discutir os problemas do projeto e aceitamos com gosto", afirmou o legislador uruguaio. Solari, contrário à legalização da compra e venda de maconha, disse ainda que se o governo uruguaio atingir o objetivo de baixar o consumo a partir da flexibilização da oferta, seria o primeiro caso do mundo. 

O projeto de lei que legaliza o comércio e o cultivo de maconha no Uruguai será votado em meados de setembro no Senado, onde conta com os votos para aprovação devido à maioria governista. Dessa maneira, a lei poderia entrar em vigor antes de dezembro, segundo fontes legislativas. 

O projeto está sendo debatido na Comissão de Saúde, "mas já foi tomada a decisão de submetê-lo à votação perto do dia 15 de novembro, sem modificações e da mesma maneira que veio da Câmara dos Deputados. Portanto, após a aprovação do Senado, faltará apenas a ratificação presidencial.", afirmou recentemente à EFE o senador governista Luis Gallo, que também integra a comissão. 

Impulsionado pelo presidente José Mujica, o projeto legaliza a compra, a venda e o cultivo de maconha, além de estabelecer a criação de um órgão estatal regulador que se encarregará de emitir licenças e controlar a produção e distribuição da droga. 

Os consumidores registrados previamente poderão comprar maconha em farmácias habilitadas, até um máximo de 40 gramas por mês, ou cultivar em casa até seis plantas que não produzam mais que 480 gramas por colheita. 

Recentemente, o secretário geral da Junta Nacional de Drogas, Julio Calzada, informou à imprensa que, se a lei entrar em vigor como está prevista, o novo sistema poderá estar em marcha no segundo semestre de 2014. 

Calzada indicou que o preço da grama de maconha será o equivalente a um dólar para que "se possa competir" com os narcotraficantes e tirá-los do mercado, que é o objetivo principal do presidente Mujica. 

 http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2013/11/1366160-delegacao-brasileira-vai-ao-uruguai-expor-oposicao-a-legalizacao-de-maconha.shtml

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