Mesmo com arrecadação tributária em alta, resultado foi ruim
Justificativa.
Arno Augustin disse que o maior impacto veio do 13º de aposentados e pensionistas.
Brasília.
O aumento dos gastos de custeio (manutenção da máquina pública) fez o
Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central)
registrar o pior esforço fiscal da história para meses de agosto.
Segundo números do Tesouro Nacional, o superávit primário – economia
para pagar os juros da dívida pública – somou R$ 87 milhões no mês
passado, mais baixo montante para agosto desde o início da série
histórica, em 1997.
O resultado
é o segundo pior do ano, só ficando atrás do de fevereiro, quando o
Governo Central registrou déficit de R$ 6,64 bilhões. No acumulado do
ano, o superávit primário soma R$ 38,474 bilhões, com queda de 28,2% em
relação aos oito primeiros meses do ano passado. O montante corresponde a
apenas 52% da meta ajustada de R$ 73 bilhões de superávit para este
ano.
O
resultado de agosto só não foi negativo porque o Tesouro recebeu R$
4,814 bilhões de dividendos de estatais. Desse total, R$ 1,725 bilhão
veio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), R$
1,2 bilhão, da Caixa Econômica Federal, e R$ 1,135 bilhão, do Banco do
Brasil. Os dividendos são a parcela do lucro que as empresas repassam
aos acionistas. No caso das estatais federais, o dinheiro é transferido
para o Tesouro Nacional, que é o maior acionista dessas empresas.
O
fraco superávit primário em agosto ocorreu apesar da arrecadação
recorde para o mês. De janeiro a agosto, as receitas líquidas cresceram
8,7% em valores nominais. As despesas, no entanto, subiram em ritmo
maior: 12,5%.Apesar das receitas expressivas no mês passado, o
secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse que o superávit
fraco deveu-se a despesas que pressionam as contas públicas em agosto,
como o pagamento do décimo terceiro aos aposentados e pensionistas do
INSS.
Segundo o
secretário, o esforço fiscal em setembro também será baixo por causa da
Previdência Social. O principal fator que pressionou os gastos federais
nos últimos meses foi a aceleração das despesas de custeio, que
saltaram 21,8% de janeiro a agosto, contra alta de 14,2% no mesmo
período do ano passado. Por causa de uma série de acordos fechados no
ano passado, as despesas com o funcionalismo público também se
aceleraram e cresceram 8,5%.
http://www.otempo.com.br/contas-do-governo-federal-t%C3%AAm-pior-agosto-em-17-anos-1.720486
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