Polícia de Bombaim, uma cidade considerada segura para as mulheres, já identificou os suspeitos da violação e prendeu dois deles
Depois
da violação e do assassinato de uma jovem em Nova Deli em Dezembro
passado, a violação de uma fotojornalista, ontem em Bombaim, está a
provocar indignação e revolta na cidade, que se considerava das mais
seguras do país para as mulheres.
A polícia de Bombaim declarou
estar a trabalhar "afincadamente" para descobrir os autores da violação
da fotojornalista de 22 anos, que trabalha para uma revista inglesa na
Índia.
As autoridades policiais informaram que já identificaram
quatro acusados e prenderam dois deles. "Estamos a levar o caso muito a
sério e estamos a trabalhar sem descanso", afirmou um oficial da polícia
ao diário "The Times of India".
A jovem fotojornalista foi
violada ao fim da tarde de ontem em Shakti Mills, uma zona metropolitana
de Bombaim, quando recolhia informação para fazer uma reportagem para a
revista em que trabalha.
A vítima declarou à polícia que
inicialmente os violadores a começaram a insultar e a fazer comentários
obscenos. O seu companheiro quis defendê-la mas os atacantes
agrediram-no imediatamente e levaram-na para o interior de uma fábrica
de têxteis em ruínas onde consumaram a violação.
A jovem conseguiu
dar o nome dos suspeitos à polícia por se recordar de como se chamavam
entre si durante a agressão. Segundo fontes policiais os suspeitos têm
entre 24 e 30 anos.
O ministro do Interior do estado de
Maharashtra, R. R. Patil, visitou a vítima no hospital e os médicos
revelaram que a mulher apresenta lesões internas múltiplas.
Cerca
de mil pessoas, incluindo membros de associações de jornalistas,
concentraram-se ontem no Sul de Bombaim para protestar em silêncio.
Alguns usavam braçadeiras negras e outros exibiam cartazes onde se lia
"Fim das violações" e "Cidade da vergonha".
A Índia regista um
elevado número de agressões sexuais todos os anos. Em 2011 ocorreram 24
200 violações registadas pelas autoridades policiais.
No início
deste ano, a violação e o assassinato de uma estudante num autocarro
emocionou todo o país. Seis indivíduos agrediram-na com uma barra ferro
quando saía do cinema com o noivo. A rapariga e o noivo foram depois
atirados do autocarro em movimento.
O caso provocou uma enorme
onda de indignação e consternação na sociedade indiana, que participou
em centenas de manifestações exigindo que os acusados fossem enforcados e
que fossem endurecidas as penas para os violadores.
Os
julgamentos dos quatro acusados, um deles menor de idade, do ataque de
Dezembro, em Nova Deli, deverão ficar concluídos nas próximas três
semanas. A leitura do veredicto de um dos jovens suspeitos está marcada
para 31 de Agosto. Os argumentos finais do restantes estão agendados
para a próxima semana.
Na sequência da onda de indignação pública
relativa ao caso de violação de Nova Deli, a Índia aprovou em Março leis
mais severas contra os violadores, incluindo a pena de morte para os
reincidentes e para aqueles cujas vítimas sejam deixadas em estado
vegetativo.
Em Junho passado, uma turista norte-americana foi
violada por três homens quando pedia boleia numa zona turística do Norte
da Índia. Os atacantes deram-lhe boleia numa carrinha para supostamente
a levarem ao hotel e violaram a jovem num local ermo.
Em Março
foram conhecidos dois outros casos de violação neste país. O primeiro
foi o de uma suíça violada colectivamente numa floresta do centro da
Índia. O outro caso foi o de uma britânica que teve de saltar de uma
varanda para escapar de uma agressão sexual no seu próprio hotel.
Ao
contrário de Nova Deli, Bombaim sempre foi considerada uma cidade
segura para as mulheres que viajam sozinhas, mesmo de noite.
No
entanto, as estatística mostram que foram registados 221 casos de
violação nesta cidade, considerada a capital financeira do país.
No
princípio deste mês, a polícia indiana revelou que uma rapariga de sete
anos foi violada nos sanitários de um comboio no centro do país. S.R.S.
http://www.ionline.pt/artigos/mundo/india-fotojornalista-22-anos-violada-grupo-bombaim
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