Em Seul, secretário-geral da ONU citou 'crime contra a humanidade'.
Ban Ki-moon disse ainda que a intervenção da ONU é 'questão de tempo'.
A utilização de armas químicas na Síria,
se confirmada, constituirá 'um crime contra a humanidade' e terá
'graves consequências', declarou nesta sexta-feira (23) o
secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, em visita a Seul.
Ban Ki-moon disse ainda que a intervenção da ONU na crise da Síria é
"uma questão de tempo", além de ter pedido apoio internacional no
conflito. "Todos os preparativos técnicos e logísticos estão completos. O
momento no qual vamos poder fazer e no qual as partes vão estar prontas
para participar (na tarefa de resolver a escalada de violência na
Síria) é questão de tempo", afirmou, em declarações recolhidas pela
agência de notícias "Yonhap".
"Toda utilização de armas químicas, em qualquer lugar, por quem quer
que seja e em qualquer circunstância, viola o direito internacional. É
um crime contra a humanidade que deverá ter graves consequências para
quem o praticou", advertiu o secretário-geral da ONU.
"É um desafio grave para a comunidade internacional em seu conjunto, e
para a humanidade que temos em comum, especialmente porque teria
ocorrido enquanto a missão de especialistas da ONU está no país".
"Não consigo pensar em qualquer boa razão para que qualquer parte -
governo ou oposição armada - recuse a oportunidade de se procurar a
verdade sobre esta questão", disse.
Ban qualificou as informações sobre ataques com armas químicas de 'muito alarmantes e chocantes'.
A oposição síria acusa o regime em Damasco de matar mais de 1.300
pessoas em ataques com armas químicas contra os arredores da capital, e
divulgou vários vídeos de vítimas civis na Internet.
Já o governo do presidente Bashar Al-Assad atribuiu a ação à oposição armada.
A comunidade internacional e organizações dos direitos humanos exigem que os especialistas da ONU na Síria verifiquem as denúncias da oposição no local dos massacres.
A ONU já pediu formalmente ao governo sírio autorização para que seus
especialistas investiguem as denúncias do uso de armas químicas na
periferia de Damasco, e espera 'receber rapidamente uma resposta
positiva'.
Ban Ki-moon também decidiu enviar a Damasco sua representante para a
questão do desarmamento, Angela Kane, que obteve no final de julho
autorização do regime de Bashar al-Assad para que especialistas investigassem outros três locais sob suspeita de ataque com armas químicas.
De acordo com funcionários da ONU, o chefe da missão de inspetores na
Síria, o sueco Aake Sellstrom, iniciou as negociações com as autoridades
em Damasco para visitar o local do último ataque.
O Conselho de Segurança respalda o pedido de inspeção da ONU,
destacando que o incidente deve ser esclarecido por uma 'investigação
completa, imparcial e rápida.'
O presidente francês, François Hollande, mencionou nesta quinta 'uma
provável utilização de armas químicas', em conversa por telefone com Ban
Ki-moon, e seu ministro das Relações Exteriores, Laurent Fabius, pediu
uma 'forte reação'.
A porta-voz da diplomacia americana, Jennifer Psaki, informou que
'neste momento' os Estados Unidos 'são incapazes de determinar
definitivamente se foram usadas armas químicas' na Síria, acrescentando
que 'o presidente (Barack Obama) ordenou que os serviços de inteligência
reúnam o mais rapidamente possível relatórios adicionais' sobre tais
alegações.
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