Dayanne Rodrigues foi inocentada do crime de sequestro do filho do goleiro com Eliza
Dayanne Rodrigues, absolvida na madrugada desta sexta-feira (8) pelo
crime de sequestro ou cárcere do garoto Bruno, filho de Eliza
Samudio e Bruno Fernandes, viajou para o interior de Minas Gerais nas
primeiras horas após o anúncio da sentença da juíza Marixa Fabiane. Ela
deve comemorar com parentes o resultado julgamento, que culminou com a
condenação do seu ex-marido a 22 anos e 3 meses pelo assassinato e
ocultação de cadáver de Eliza Samudio e também pelo sequestro ou cárcere
privado do filho Bruninho.
"Ela viajou para ficar com a família. Foi para um sítio. Esse é o
momento dela. Ela está feliz em poder mostrar o rosto de uma pessoa
inocente para a sociedade”, disse Francisco Simim, advogado. O prazo da
viagem, segundo ele, não foi informado por Dayanne, mas ele acredita que
deva demorar pelo menos uma semana.
“A Dayanne está tranquila, feliz, aliviada com o resultado do
julgamento”, disse o advogado Tiago Lenoir, que também participou da
defesa da ex-mulher de Bruno.
Os dois defensores de Dayanne aproveitaram para minimizar o fato de o
promotor Henry Wagner ter pedido a absolvição de Dayanne aos jurados.
“Mesmo que tenha sido uma decisão apertada, a votação de 4 a 3 mostra a
eficiência do nosso trabalho de defesa”, disse Lenoir. “A absolvição
indicou que faltou provas para condenar Dayanne. O promotor não fez
nenhum favor em pedir a absolvição dela. Ele apenas entendeu o que a
defesa mostrou no julgamento”, afirmou Simim.
O preço da morte
O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro disse que a Promotoria
já tem indícios de que Bruno pagou R$ 70 mil para o réu Marcos Aparecido
dos Santos, o Bola, matar Eliza. O goleiro foi condenado a 22 anos e
três meses de prisão pela morte da jovem. Bola será julgado em abril.
“A Promotoria de Justiça já encontra elementos de que o pagamento foi
mensurado em R$ 70 mil. A Promotoria está a pesquisar todas as
movimentações bancárias e, oportunamente, apresentará formalmente à
Justiça estes dados de provas", explicou ao G1.
De acordo com o promotor, outras pessoas envolvidas no caso, próximas
a Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, estão sendo investigadas por
ligação com a morte de Eliza Samudio.
Henry Wagner também disse que não tem esperanças de que o corpo
de Eliza Samudio seja encontrado. “O corpo de Eliza não foi ocultado
simplesmente, ele foi destruído, dissipado. Não entende a Promotoria de
Justiça que haja possibilidade de se alcançarem vestígios, resquícios
deste organismo”, encerrou.
O júri popular formado por cinco mulheres e dois homens condenou no
início da madrugada desta sexta-feira (23), no Fórum de Contagem, em
Minas Gerais, o réu Bruno Fernandes de Souza a 22 anos e 3 meses pelo
assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio e também pelo
sequestro e cárcere privado do filho Bruninho. Dayanne Rodrigues,
ex-mulher do jogador, foi absolvida da acusação de sequestro e cárcere
privado do bebê.
Recurso da sentença
Em entrevista ao MGTV 1ª Edição, Wagner afirmou que “a Promotoria de
Justiça tem a expectativa que ele tenha que ficar ainda mais cinco anos
em regime fechado". De acordo com ele, a Promotoria vai recorrer da
condenação na segunda-feira (11) e tem a intenção de afastar a atenuação
das penas e pedir o agravamento. Ele ressaltou que considera que os
trabalhos não estão encerrados porque ele “vai buscar pena justa”.
Durante a entrevista, Wagner criticou a legislação brasileira.
“Nossa legislação, de fato, é extremamente generosa com o criminoso, não
obstante a gravidade de seus delitos”, disse. Ele afirmou que a
sentença assumiu “contornos bastante maternais” porque considera que
Bruno não confessou. “Ele não deveria ter recebido o benefício da
redução”, acrescentou.
A ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues, foi absolvida da acusação de sequestro e cárcere do filho de Eliza. O promotor assegurou que não houve acordo para a absolvição de Dayanne. Segundo ele, a ex-mulher de Bruno agiu “constrangida pelo Zezé [policial investigado em novo inquérito]” e mostrou “sinceridade” durante o júri.
A ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues, foi absolvida da acusação de sequestro e cárcere do filho de Eliza. O promotor assegurou que não houve acordo para a absolvição de Dayanne. Segundo ele, a ex-mulher de Bruno agiu “constrangida pelo Zezé [policial investigado em novo inquérito]” e mostrou “sinceridade” durante o júri.
Condenação
O goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza foi condenado, nesta
sexta-feira (8), a 17 anos e 6 meses em regime fechado por homicídio
triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que
dificultou a defesa da vítima), a outros 3 anos e 3 meses em regime
aberto por sequestro e cárcere privado e ainda a mais 1 ano e 6 meses
por ocultação de cadáver. A pena foi aumentada porque o goleiro foi
considerado o mandante do crime, e reduzida pela confissão do jogador.
Ele deve cumprir a pena em regime fechado até meados de 2017, quando
pode requerer o direito ao benefício do semiaberto.
Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25
anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi
amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a
paternidade.
O advogado Lúcio Adolfo, que representa o atleta, disse que recorrerá
da condenação. O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro afirmou
que esperava pena de 28 a 30 anos de prisão para o réu e anunciou que
vai recorrer para aumentar a punição.
A sentença da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues foi lida em 19
minutos. Em sua decisão, ela disse que a personalidade de Bruno "é
desvirtuada e foge dos padrões mínimos de normalidade" e destacou que "o
réu tem incutido na sua personalidade uma total incompreensão dos
valores".
A magistrada afirmou ainda que "a execução do homicídio foi
meticulosamente calculada" e que "Bruno acreditou que, ao sumir com o
corpo, a impunidade seria certa".
Por fim, ela lembrou que, assassinada, "a vítima [Eliza Samudio] deixou órfão uma criança de apenas quatro meses de vida".
Para a Justiça, a ex-amante do jogador foi morta em 10 junho de 2010,
em Vespasiano (MG), após ter sido levada à força do Rio de Janeiro para
o sítio do goleiro em Esmeraldas (MG), onde foi mantida em cárcere
privado. A certidão de óbito foi emitida por determinação judicial. A
criança, que foi achada com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG),
hoje vive com a avó em Mato Grosso do Sul. Um exame de DNA comprovou a
paternidade.
A Promotoria afirma que, além de Bruno e Dayanne, mais sete pessoas
participaram dos crimes. Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo
de Bruno, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta,foram
condenados no júri popular realizado em novembro de 2012.
No dia 22 de abril, Bola será julgado. Em 15 de maio, enfrentarão
júri Elenílson Vitor da Silva, caseiro do sítio, e Wemerson Marques de
Souza, amigo do goleiro. Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, foi morto a
tiros em agosto de 2012. Outro suspeito, Flávio Caetano Araújo, que
chegou a ser indiciado, foi absolvido.
Jorge Luiz Rosa, outro primo do goleiro, que era menor de idade na
época da morte, cumpriu medida socioeducativa por crimes similares a
homicídio e sequestro. Atualmente tem 19 anos e é considerado
testemunha-chave do caso.
http://www.tribunahoje.com/noticia/57268/brasil/2013/03/08/ex-mulher-de-bruno-viaja-apos-ser-absolvida-em-julgamento.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário