Depois de sacramentar com os partidos o loteamento de cargos na Mesa
Diretora do Senado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) entra na disputa
na sexta-feira (01/02) pela presidência da Casa como o franco favorito.
Mesmo sob denúncias, a estimativa é que Renan obtenha entre 55 e 60
votos favoráveis à sua candidatura para suceder José Sarney (PMDB-AP),
atual presidente do Senado. Para se eleger, Renan precisa dos votos de
metade dos presentes mais um (maioria simples). As dissidências deverão
ficar entre 20 e 25 votos. “Ele (Renan) consegue se eleger
tranquilamente, com uma grande folga de votos”, afirmou na quarta-feira
(30) o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO).
Os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Pedro Taques (PDT-MT)
reúnem-se hoje para decidir se manterão as duas candidaturas
alternativas ou se lançarão um candidato único. A avaliação é que Taques
tem mais chances de conquistar votos do que Randolfe. A estimativa é
que Taques obtenha entre 20 e 25 votos, caso saia candidato. Já Randolfe
conseguiria apenas arregimentar cerca dez votos.
Os tucanos ficaram irritados com Randolfe, que acusou o PSDB de ter
feito acordo para salvar o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB),
na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira em troca de
apoio à candidatura de Renan.
Liderança. Para consolidar sua vitória na eleição de amanhã, Renan
trabalhou nos últimos dias para acabar com o racha em torno da disputa
pela liderança do PMDB. O senador Romero Jucá (RR) ameaçou disputar a
liderança do partido contra Eunício Oliveira (CE).
Essa divisão interna no PMDB foi encarada como um risco à sua
candidatura. Afinal, o derrotado poderia se “bandear” para a candidatura
alternativa ou até se abster de votar. Eunício será ungido nesta
quinta-feira como novo líder do partido no Senado. A fim de pacificar o
partido, a estratégia de Renan foi voltar atrás e concordar em dar a 2.ª
Vice-Presidência do Senado para Jucá. Esse cargo já havia sido
oferecido ao PTB do senador Gim Argello (DF), que abriu mão e irá ocupar
a 2.ª Secretaria do Senado com João Vicente Claudino (PI).
O PTB também ganhou a presidência da Comissão de Infraestrutura, que
ficará com o ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (AL). No
loteamento de cargos na Mesa empreendido por Renan coube ao PR ficar com
a 3.ª Secretaria. Para o cargo, será indicado João Ribeiro (TO) ou
Magno Malta (ES). O ex-governador Blairo Maggi (PR-MT), que já ganhou o
troféu “motosserra” por promover desmatamento nas suas plantações de
soja, será o novo presidente da Comissão de Meio Ambiente.
Prefeitura da Casa
Considerada uma espécie de prefeitura do Senado, responsável por um
orçamento de R$ 3,5 bilhões para este ano, a 1.ª Secretaria deverá ficar
a cargo do PSDB, provavelmente nas mãos do senador Flexa Ribeiro (PA). O
cargo poderá, no entanto, ser disputado por um candidato “alternativo”,
caso os tucanos decidam fechar questão contra a eleição de Renan.
O argumento é que se os tucanos não respeitarem a proporcionalidade
para a presidência do Senado também não é preciso respeitar a mesma
regra para preencher a 1.ª Secretaria. Daí a dificuldade do partido de
fechar questão contra a candidatura de Renan, mesmo depois de o senador e
presidenciável Aécio Neves (MG) ter ido a público pedir a renúncia do
peemedebista.
Aécio
O tucano defendeu a manutenção do critério da proporcionalidade nos
cargos da Mesa Diretora - ou seja, a presidência cabe ao PMDB que,
provavelmente, indicará hoje Renan para comandar o Senado pelos próximos
dois anos. Com uma bancada de 11 senadores, atrás do PMDB e do PT, os
tucanos têm regimentalmente o direito de ocupar a 1.ª Secretaria do
Senado. Já o PT, segundo maior partido do Senado, ficará com a 1.ª
Vice-Presidência a cargo do petista Jorge Viana (AC). O PT garantiu
apoio integral à eleição de Renan Calheiros para evitar confrontos com o
PMDB. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
http://br.noticias.yahoo.com/renan-d%C3%A1-cargos-deve-vencer-senado-vantagem-101600553.html
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