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Petrobras recebe na refinaria menos da metade do que é pago pelos
motoristas por um litro de gasolina na bomba. Dos R$ 2,63 por litro
vendido em São Paulo na terceira semana de janeiro, apenas R$ 1,25 foram
para as refinarias da empresa, segundo o Sindicato Nacional das
Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom).
Além de 36% de impostos, o Brasil sofre com custos de distribuição e
revenda, que respondem por 18% do valor total - o dobro dos Estados
Unidos. Isso explica o motivo de a gasolina parecer cara demais para o
consumidor e barata demais para a Petrobras. A "realização" da refinaria
da Petrobras é a mesma que o volume de impostos: 36%. Outros 10% são o
custo do etanol misturado.
Falta de competição na revenda e uma lei federal de 2000 que impede o
autoatendimento estão entre os motivos para os custos. Um gráfico da
própria Petrobras comparando o Brasil a nove países mostra que, em 2011,
as suas refinarias foram as que menos receberam por litro vendido.
No Brasil, o preço dos combustíveis na refinaria é controlado pelo
governo e só aumenta com autorização. Mas os preços são livres para as
empresas que levam a gasolina ao posto (distribuição), e para o posto
que vende ao consumidor (revenda). Apesar de o aumento autorizado na
refinaria ter sido de 6,6%, houve posto no Rio de Janeiro (Shell,
Centro) que reajustou na quarta-feira (30) seu preço em 10,7%. As
informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Problemas de caixa da Petrobras começam a contaminar parceiros.
A Petrobras tem
atrasado pagamentos a fornecedores e provocado dificuldades financeiras
na cadeia de prestadores de serviços, após ter adotado uma política de
redução de custos em meio a prejuízos na sua divisão de Abastecimento,
aumentos de custos e produção estagnada.
Há também o atraso de pagamento para fundos de
recebíveis criados para financiar esses prestadores de bens e serviços,
disseram fontes à Reuters, observando que a estatal alterou sua política
de pagamentos recentemente e vem olhando com mais rigor os contratos.
Com isso, tem demorado mais tempo para liberar os recursos. Em uma espécie de efeito dominó, os prestadores de serviços também atrasam seus compromissos financeiros.
"Não vou dizer que a Petrobras é inadimplente, mas que está em atraso. Enquanto algumas companhias estão sofrendo, estou confiante que os pagamentos serão feitos", disse à Reuters Fernando Werneck, gestor de um portfólio de fundos creditórios na BI Invest, exclusivos de fornecedores da Petrobras.
Alguns dos fundos de investimento dedicados exclusivamente aos fornecedores da Petrobras registraram aumento da inadimplência.
Os pagamentos em atraso em cinco Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) saltaram 58,6 por cento, para 18,4 milhões de reais, em 31 de dezembro, ante 11,6 milhões de reais em setembro, segundo uma pesquisa da Reuters junto à Comissão de Valores Mobiliários.
O FIDC existe para ajudar a Petrobras a terceirizar o negócio de financiamento aos fornecedores. Fundos de investimento fazem empréstimos às empresas que possuem contratos com a estatal utilizando como garantia os recebíveis junto à Petrobras.
Ao longo dos últimos dois anos a Petrobras aportou cerca de 7 bilhões de reais para ajudar os fornecedores.
A Petrobras negou na noite desta quinta-feira que esteja atrasando pagamentos a fornecedores, prestadores de serviços e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios, e afirmou que não está sofrendo com problemas de caixa.
"Os pagamentos dos compromissos reconhecidos pela Petrobras são realizados de acordo com os prazos estabelecidos contratualmente", disse a Petrobras em nota, reiterando posição manifestada anteriormente pela assessoria de imprensa da empresa à Reuters.
A empresa ainda destacou que "não enfrenta problemas de caixa, cujo saldo ultrapassa 40 bilhões de reais".
PEDIDOS DE FALÊNCIAS
Problemas financeiros já empurraram algumas empresas fornecedoras da estatal menores, como a GDK, a um processo de recuperação judicial. Grandes empresas, tais como a Lupatech, tiveram que vender ativos e levantar capital novo para evitar o pior.
Preocupações sobre como fazer negócios no Brasil, onde a Petrobras é responsável por mais de 90 por cento da produção de petróleo, levaram a uma queda de 34 por cento nas ações da italiana Saipem na quarta-feira.
A empresa prestadora de serviços e equipamentos offshore disse que os problemas do Brasil poderiam ajudar a cortar o seu lucro em 80 por cento em 2013. As concorrentes Subsea 7 e Technip França, ambas também fornecedoras da Petrobras, chegaram a cair mais de 6 por cento na quarta-feira.
O programa de redução de despesas, que visa cortar custos de 32 bilhões de reais no período de 2013 a 2016, foi anunciado no final do ano passado, após a Petrobras ter acumulado nos nove primeiros meses de 2012 mais de 17 bilhões de reais em prejuízo na área de Abastecimento (combustíveis), ao mesmo tempo que tem um plano de cinco anos de investir mais de 200 bilhões de dólares.
Nessa conjuntura que favorece o crescimento do passivo, a agência de classificação de risco Moody's alterou em dezembro para negativo o rating da dívida da companhia.
DIFICULDADE PARA RECEBER
Segundo fontes de empresas que prestam bens e serviços à estatal, a Petrobras tem demorado mais tempo para liberar os aditivos aos contratos.
Nas licitações, as empresas ganhavam oferecendo um orçamento abaixo do valor de mercado e depois recorriam aos aditivos, uma prática comum, já que depois esses aditivos eram liberados com mais facilidade.
"Agora há um rigoroso processo de avaliação por parte da estatal e sempre há a necessidade de mais e mais documentos. Enquanto isso, o dinheiro não sai", disse uma fonte de uma empreiteira de médio porte que presta serviço à Petrobras.
Com a demora na liberação dos pagamentos, as empresas precisam tomar empréstimo de curto prazo, disse a fonte, a custos altos, gerando um desequilíbrio nas contas.
"Em geral tem demorado uns meses a mais. Como dois terços do nosso faturamento depende de contratos com a Petrobras, há um desajuste", disse à Reuters o executivo, na condição de não ter seu nome divulgado.
Algumas empresas têm quase a totalidade das receitas atreladas aos contratos com a Petrobras e podem acabar falindo com o atraso dos pagamentos.
É o caso da Tenace Engenharia, que com 90 por cento de faturamento oriundo da estatal pediu falência no fim do ano passado.
A empresa tinha um grande contrato de construção de uma unidade de gasolina e diesel no Polo de Guamaré, no Rio Grande do Norte. Também prestava serviços para a estatal em Urucu, no Amazonas.
Segundo uma fonte da empresa, a Petrobras não concordou em renegociar aditivos aos contratos. A Tenace enviou um comunicado aos seus credores responsabilizando a estatal pelo seu fechamento, segundo a fonte, que preferiu não ser identificada.
A construtora GDK, também grande fornecedora da estatal, teve o seu pedido de recuperação judicial aprovado no dia 10 de janeiro pela Justiça da Bahia, segundo nota enviada pela empresa à Reuters.
E a construtora Egesa, responsável por parte das obras de uma unidade de fertilizantes da Petrobras, também anunciou recentemente aos seus funcionários e credores que "está passando por uma reestruturação financeira em função do cenário econômico atual".
Com isso, tem demorado mais tempo para liberar os recursos. Em uma espécie de efeito dominó, os prestadores de serviços também atrasam seus compromissos financeiros.
"Não vou dizer que a Petrobras é inadimplente, mas que está em atraso. Enquanto algumas companhias estão sofrendo, estou confiante que os pagamentos serão feitos", disse à Reuters Fernando Werneck, gestor de um portfólio de fundos creditórios na BI Invest, exclusivos de fornecedores da Petrobras.
Alguns dos fundos de investimento dedicados exclusivamente aos fornecedores da Petrobras registraram aumento da inadimplência.
Os pagamentos em atraso em cinco Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) saltaram 58,6 por cento, para 18,4 milhões de reais, em 31 de dezembro, ante 11,6 milhões de reais em setembro, segundo uma pesquisa da Reuters junto à Comissão de Valores Mobiliários.
O FIDC existe para ajudar a Petrobras a terceirizar o negócio de financiamento aos fornecedores. Fundos de investimento fazem empréstimos às empresas que possuem contratos com a estatal utilizando como garantia os recebíveis junto à Petrobras.
Ao longo dos últimos dois anos a Petrobras aportou cerca de 7 bilhões de reais para ajudar os fornecedores.
A Petrobras negou na noite desta quinta-feira que esteja atrasando pagamentos a fornecedores, prestadores de serviços e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios, e afirmou que não está sofrendo com problemas de caixa.
"Os pagamentos dos compromissos reconhecidos pela Petrobras são realizados de acordo com os prazos estabelecidos contratualmente", disse a Petrobras em nota, reiterando posição manifestada anteriormente pela assessoria de imprensa da empresa à Reuters.
A empresa ainda destacou que "não enfrenta problemas de caixa, cujo saldo ultrapassa 40 bilhões de reais".
PEDIDOS DE FALÊNCIAS
Problemas financeiros já empurraram algumas empresas fornecedoras da estatal menores, como a GDK, a um processo de recuperação judicial. Grandes empresas, tais como a Lupatech, tiveram que vender ativos e levantar capital novo para evitar o pior.
Preocupações sobre como fazer negócios no Brasil, onde a Petrobras é responsável por mais de 90 por cento da produção de petróleo, levaram a uma queda de 34 por cento nas ações da italiana Saipem na quarta-feira.
A empresa prestadora de serviços e equipamentos offshore disse que os problemas do Brasil poderiam ajudar a cortar o seu lucro em 80 por cento em 2013. As concorrentes Subsea 7 e Technip França, ambas também fornecedoras da Petrobras, chegaram a cair mais de 6 por cento na quarta-feira.
O programa de redução de despesas, que visa cortar custos de 32 bilhões de reais no período de 2013 a 2016, foi anunciado no final do ano passado, após a Petrobras ter acumulado nos nove primeiros meses de 2012 mais de 17 bilhões de reais em prejuízo na área de Abastecimento (combustíveis), ao mesmo tempo que tem um plano de cinco anos de investir mais de 200 bilhões de dólares.
Nessa conjuntura que favorece o crescimento do passivo, a agência de classificação de risco Moody's alterou em dezembro para negativo o rating da dívida da companhia.
DIFICULDADE PARA RECEBER
Segundo fontes de empresas que prestam bens e serviços à estatal, a Petrobras tem demorado mais tempo para liberar os aditivos aos contratos.
Nas licitações, as empresas ganhavam oferecendo um orçamento abaixo do valor de mercado e depois recorriam aos aditivos, uma prática comum, já que depois esses aditivos eram liberados com mais facilidade.
"Agora há um rigoroso processo de avaliação por parte da estatal e sempre há a necessidade de mais e mais documentos. Enquanto isso, o dinheiro não sai", disse uma fonte de uma empreiteira de médio porte que presta serviço à Petrobras.
Com a demora na liberação dos pagamentos, as empresas precisam tomar empréstimo de curto prazo, disse a fonte, a custos altos, gerando um desequilíbrio nas contas.
"Em geral tem demorado uns meses a mais. Como dois terços do nosso faturamento depende de contratos com a Petrobras, há um desajuste", disse à Reuters o executivo, na condição de não ter seu nome divulgado.
Algumas empresas têm quase a totalidade das receitas atreladas aos contratos com a Petrobras e podem acabar falindo com o atraso dos pagamentos.
É o caso da Tenace Engenharia, que com 90 por cento de faturamento oriundo da estatal pediu falência no fim do ano passado.
A empresa tinha um grande contrato de construção de uma unidade de gasolina e diesel no Polo de Guamaré, no Rio Grande do Norte. Também prestava serviços para a estatal em Urucu, no Amazonas.
Segundo uma fonte da empresa, a Petrobras não concordou em renegociar aditivos aos contratos. A Tenace enviou um comunicado aos seus credores responsabilizando a estatal pelo seu fechamento, segundo a fonte, que preferiu não ser identificada.
A construtora GDK, também grande fornecedora da estatal, teve o seu pedido de recuperação judicial aprovado no dia 10 de janeiro pela Justiça da Bahia, segundo nota enviada pela empresa à Reuters.
E a construtora Egesa, responsável por parte das obras de uma unidade de fertilizantes da Petrobras, também anunciou recentemente aos seus funcionários e credores que "está passando por uma reestruturação financeira em função do cenário econômico atual".
Petrobras nega atraso em pagamentos e diz ter R$ 40 bi em caixa.
A Petrobras negou nesta quinta-feira que esteja atrasando pagamentos a fornecedores, prestadores de serviços e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios, e afirmou que não está sofrendo com problemas de caixa.Em nota, a empresa nega o conteúdo de reportagem publicada pela Reuters, que apurou que a estatal tem atrasado pagamentos a fornecedores e provocado dificuldades financeiras na cadeia de prestadores de serviços
."Os pagamentos dos compromissos reconhecidos pela Petrobras são realizados de acordo com os prazos estabelecidos contratualmente", disse a Petrobras em nota, reiterando posição manifestada anteriormente pela assessoria de imprensa à Reuters.A empresa destacou ainda que "não enfrenta problemas de caixa, cujo saldo ultrapassa R$ 40 bilhões".
A companhia lembrou que, eventualmente, as empresas contratadas apresentam pleitos de pagamentos adicionais, que não representam a existência de dívida por parte da companhia.Os pleitos, segundo a empresa, são submetidos à avaliação técnica por uma comissão constituída para este fim, bem como a uma avaliação jurídica. "Após a conclusão deste processo, que é conduzido de acordo com contrato e com a legislação vigente, a negociação é submetida à aprovação das instâncias corporativas competentes."Segundo a Petrobras, "estes procedimentos são aplicados há muito tempo pela Companhia" e não estão relacionado ao recente programa de redução de custos lançado pela empresa."A Petrobras também esclarece que o Programa de Otimização de Custos Operacionais (Procop) não tem relação com pagamento a fornecedores.
O programa tem como escopo um conjunto de iniciativas que tratam especialmente do aumento da produtividade nos processos operacionais da Companhia, como redução de consumo e aumento de eficiência."Sobre Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) citados na reportagem, a companhia ressaltou que não interfere na relação entre os fornecedores cedentes de crédito e os FIDCs que adquirem os créditos, "não se envolvendo, portanto, nas discussões sobre cumprimento ou não de cláusulas contratuais entre os fornecedores e os FIDCs".
http://br.financas.yahoo.com/noticias/petrobras-recebe-metade-pre%C3%A7o-gasolina-102700684.html
http://br.financas.yahoo.com/noticias/problemas-caixa-da-petrobras-come%C3%A7am-contaminar-parceiros-162658836--sector.html
http://br.financas.yahoo.com/noticias/problemas-caixa-da-petrobras-come%C3%A7am-contaminar-parceiros-162658836--sector.html
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