terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Professor condenado por crimes sexuais regressa à escola para reparar computadores

Associação de pais de escola em Seia garante que não há contacto entre docente e alunos.
O professor foi condenado por enviar pornografia a alunas de 12 e 13 anos Paulo Pimenta
Está de regresso à escola o professor, de 56 anos, que o Tribunal de Seia condenou por enviar pornografia a três alunas de 12 e 13 anos. Conserta material informático, numa sala de acesso controlado, sem contacto com alunos.

A notícia do regresso ao Agrupamento de Escolas Guilherme Correia de Carvalho do professor condenado em 2012 a quatro anos e meio de prisão, com pena suspensa, e a dez anos de inibição de ensinar foi avançada pela SIC. O presidente da associação de pais, João Pessoa, disse nesta segunda-feira ao PÚBLICO estar “atento” à situação.

O sistema jurídico contempla regras destinadas a afastar suspeitos ou condenados por crimes sexuais contra menores. Entre a denúncia e o julgamento, os juízes podem determinar a suspensão de actividade profissional – desde que o crime imputado seja punível com pena superior a dois anos. Podem também fazê-lo na fase de condenação, sob a forma de "pena acessória", como aconteceu neste caso. 

O professor, recorda João Pessoa, foi suspenso por oito meses pela Direcção Regional de Educação do Centro (DREC). Esgotados os oito meses, apresentou-se na escola. Como recorrera para a Relação de Coimbra da decisão do Tribunal de Seia, mantém-se válida a presunção de inocência.

A escola contactou a DREC, que remeteu para o gabinete jurídico da Secretaria de Estado da Educação, que esclareceu: o professor terá de exercer alguma função na escola, ainda que não possa ter acesso às crianças e jovens que a frequentam.

A direcção, em concertação com a associação de pais e com a Comissão de Crianças e Jovens, delineou uma estratégia: o professor ficaria a trabalhar numa sala, sem acesso à Internet, com um horário desencontrado – entraria depois de os alunos estarem nas salas de aula e sairia quando já nenhum deles por ali estivesse.

“Não há contacto entre ele e os alunos”, diz João Pessoa. “A porta da sala pode ser vista pela direcção e pelo porteiro.”
 
 
 http://www.publico.pt/sociedade/noticia/professor-condenado-por-crimes-sexuais-regressa-a-escola-para-reparar-computadores-1584917

Nenhum comentário: