Segundo diretora, detenta usou um cordão de metal para agredir suspeita.
Josenilde, que confessou ter matado o próprio filho, não prestou queixa.
Josenilde Lopes de Mendonça, a mulher que confessou ter espancado e matado o próprio filho, um bebê de oito meses em Natal, foi agredida por outra presa assim que chegou ao Centro de Detenção Provisória de Parnamirim, na noite desta quarta-feira (20). A agressão foi confirmada pela diretora da unidade, a agente penitenciária Hindiane Saiures Araújo de Medeiros.
A mãe do bebê assassinado foi encontrada perambulando pelas ruas da
cidade na tarde da terça-feira (19). Na ocasião, ela negou ter matado o
filho. Porém, no final da manhã desta quarta, em depoimento na
delegacia, Josenilde confessou. Segundo ela, o filho foi morto durante
um surto. Disse também que estava bêbada e drogada quando passou a
bater na criança. “Estou arrependida e espero o perdão de Deus”, disse
ela. O filho de Josenilde foi encontrado morto no sábado de carnaval,
dia 9, no apartamento onde morava com a mãe no bairro de Nova
Descoberta, na zona Sul de Natal.
Segundo a diretora do CDP Feminino de Parnamirim,
Josenilde chegou ao CDP juntamente com outra presa. “Enquanto elas
aguardavam a entrada para a carceragem, a mulher que estava ao lado dela
arrancou um colar de metal do pescoço e começou a bater na Josenilde”,
detalhou a diretora. Ainda de acordo com Hindiane, as duas estavam
algemadas e, talvez por esta razão, a agressão não tenha sido mais
grave.
A diretora do CDP explicou que Josenilde foi levada à Delegacia de
Plantão da Zona Sul de Natal, onde foi registrada a agressão e lavrado
um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Apesar do procedimento, a
diretora disse que Josenilde não quis registrar queixa contra a presa
que a agrediu.
“Em seguida, a mãe do bebê foi levada ao Itep para a realização de um
exame de corpo de delito”, disse Hindiane. Ainda, segundo a diretora do
CDP de Parnamirim, a unidade não tem condição de manter Josenilde
isolada das outras internas. Por isso, ela foi encaminhada à
Penitenciária João Chaves, na zona Norte da cidade.
O diretor da Penitenciária João Chaves, Rondineli Victor dos Santos,
informou que Josenilde está em uma cela isolada onde permanecerá por 10
dias. "Ela está na área da triagem, onde toda presa fica quando chega ao
presídio. Depois desses 10 dias ela irá para convívio com as demais
detentas", disse.
Josenilde foi encontrada pela PM e levado ao Itep
A prisão
A Polícia Militar encontrou Josenilde Lopes de Mendonça no bairro da
Redinha, zona Norte da capital, na tarde desta terça (19). "Ela estava
vagando pela avenida João Medeiros Filho, próximo ao rio Doce, e disse
que estava a caminho da Ponte Newton Navarro para cometer suicídio. Ela
estava usando um vestido e parecia não ter tomado banho há vários dias",
disse AiltonTrindade, tenente da PM.
Na manhã desta quarta (20), o delegado Sílvio Fernando, responsável por
investigar o crime, confirmou que o Tribunal de Justiça do RN decretou a
prisão preventiva de Josenilde. Laudos do Instituto Técnico-Científico
de Polícia (Itep) atestam que o bebê sofreu traumatismo
crânio-encefálico. De acordo com o delegado, a suspeita matou o filho
com um soco na cabeça.
Bebê de 8 meses foi encontrado morto no sábado (9).
O caso
O filho de Josenilde foi encontrado morto no sábado de carnaval, dia 9,
no apartamento onde morava com a mãe, no bairro de Nova Descoberta,
zona Sul de Natal.
Segundo a polícia, o corpo do bebê estava em uma cama, enrolado em um
lençol, e tinha um grande hematoma no lado direito do rosto.
O corpo do bebê foi sepultado no domingo (10), em Natal. O pai da
criança, Ramon Ramalho, está em Limeira, no interior de São Paulo. Em
entrevista ao G1, ele cobrou justiça para a morte do filho. "A droga e a negligência acabaram com a vida do meu filho", disse ele.
Ramon conheceu Josenilde em Limeira, em 2011, ocasião em que ela
frequentava uma clínica de tratamento para dependentes de drogas. Assim
que iniciaram o relacionamento, ela ficou grávida e os dois se mudaram
para Natal, onde viveram juntos por pouco mais de um ano. "Sempre soube
do vício. Até pensei que o fato de ficar grávida e de ter um filho faria
com que ela deixasse as drogas, mas infelizmente isso não aconteceu",
acrescentou o pai da criança.
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