A lei do silêncio impera nos casos de abuso sexual
infantil na Índia, além da lentidão de setores como o policial na hora
de proteger as vítimas, denuncia a Human Rights Watch (HRW) em um
relatório apresentado nesta quinta-feira.
O ato de lançamento em Nova Délhi de "Rompendo o
silêncio: O abuso sexual infantil na Índia" gerou uma grande expectativa
devido à onda de conscientização no país após estupro coletivo, tortura
e assassinato de uma jovem em dezembro passado.
A diretora para a Ásia do Sul da HRW, Meenakshi Ganguly,
assegurou que "o sistema indiano de combate ao abuso sexual é
inadequado, porque os mecanismos do governo não garantem a proteção das
crianças", por isso as pessoas "não têm fé nas instituições".
"Já é bastante difícil que um menor abusado sexualmente
ou seus parentes denunciem o caso ou peçam ajuda e, em vez de tratar
esses casos com sensibilidade, as autoridades indianas frequentemente
humilham e voltam a traumatizar às vítimas", disse Meenakshi.
Segundo o relatório, na Índia 7.200 casos de abuso
sexual infantil são denunciados por ano, embora os especialistas estimem
que um grande número de violações não é publicado para proteger a
"honra" da família ou pela negligência da polícia.
No ato, participou a presidente da Comissão Nacional
para a Proteção dos Direitos da Criança, Shanta Sinha, que afirmou que é
preciso garantir o bom funcionamento da lei para que o menor obtenha
justiça.
"Devemos ajudar todo aquele que consegue romper o
silêncio e proporcionar-lhe justiça (...) e os maiores desafios são
melhorar a polícia e saber mostrar à família os passos a seguir na hora
de denunciar um abuso", analisou Shanta.
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