O
suposto integrante do grupo separatista basco ETA que foi preso no Rio,
nesta sexta-feira, questionou os policiais sobre a possibilidade de
pedir asilo político ao Brasil. A informação foi dada pela PF (Polícia
Federal). "Foi um comentário sem maior profundidade", disse o
superintendente da PF no Rio, Valmir Lemos de Oliveira.
O homem, identificado como Joseba Gotzon Vizan González, apelidado
Potxolín, estava foragido da Justiça da Espanha desde 1991. Ele teria
vivido na França e no México antes de chegar ao Brasil, em 1996. O rapaz
já foi condenado por ter participado de um atentado à bomba que matou
dois, em 1988, ainda conforme a PF.
Segundo os investigadores, no Rio, o acusado usava documentos falsos
sob o nome de Aitor Julián Arechaga Echevarría e dava aulas de espanhol
em um curso de idiomas na zona sul, cujo nome não foi divulgado. De
acordo com a PF, ele vivia na zona sul, com a mulher e um filho,
espanhóis, mas não divulgou desde quando a família morava no Brasil.
Foto divulgada pelo Ministério do Interior da Espanha de Joseba Gotzov Vizán González, suposto membro do ETA preso no Rio
González
é acusado de ter participado, em 14 de janeiro de 1988, com outros
membros do mesmo comando, de um atentado a bomba contra o veículo do
policial Manuel Muñoz Domínguez, que ficou gravemente ferido. Dias
depois, em ação semelhante, supostamente tentou assassinar outro
policial, José María Diéguez García, em Bilbao.
No dia 13 de abril de 1988, ainda segundo a Justiça espanhola, os
membros do comando Vizcaya, com suposto apoio de González, tentaram
matar, com granadas, uma comissária do País Basco.
O detido disse aos policiais que as acusações que contra ele na
Espanha são de natureza "política", de acordo com a PF brasileira.
Na semana que vem prescreveriam os crimes pelos quais González deve
responder na Espanha e, por isso, a investigação foi acelerada. O
suposto membro da ETA iniciou no ano passado os trâmites para obter
direito a residência permanente no Brasil, afirmou a PF.
Segundo Oliveira, González não ofereceu resistência à prisão e
admitiu que usava documentos falsos, crime pelo qual pode ser condenado,
no Brasil, a até cinco anos de prisão. O espanhol será levado ao
presídio Ari Franco, também no Rio de Janeiro.
Fontes do Ministério do Interior espanhol informaram à agência de
notícias Efe que a prisão foi feita por meio de uma cooperação entre
agentes brasileiros e espanhóis motivada por um mandado expedido pela
Audiência Nacional espanhola, tribunal encarregado de crimes de
terrorismo.
Segundo a PF brasileira, o acusado estava na lista vermelha da
Interpol (polícia internacional), que relaciona os procurados de alta
periculosidade.
ETA
Em outubro de 2011, o ETA anunciou que estava se retirando da luta
armada. Mesmo debilitada, porém, a organização se recusa a se dissolver e
entregar as armas, como exigem os governos espanhol e francês. O último
atentado reivindicando pelo ETA ocorreu em agosto de 2009.
http://www.jornalfloripa.com.br/mundo/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=28931
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