sábado, 19 de janeiro de 2013

Suposto integrante do ETA cogita pedir asilo ao Brasil, diz PF


 Joseba Gotzon Vizán González estava foragido desde 1991 (HO / SPANISH POLICE / AFP)
O suposto integrante do grupo separatista basco ETA que foi preso no Rio, nesta sexta-feira, questionou os policiais sobre a possibilidade de pedir asilo político ao Brasil. A informação foi dada pela PF (Polícia Federal). "Foi um comentário sem maior profundidade", disse o superintendente da PF no Rio, Valmir Lemos de Oliveira.

O homem, identificado como Joseba Gotzon Vizan González, apelidado Potxolín, estava foragido da Justiça da Espanha desde 1991. Ele teria vivido na França e no México antes de chegar ao Brasil, em 1996. O rapaz já foi condenado por ter participado de um atentado à bomba que matou dois, em 1988, ainda conforme a PF.

Segundo os investigadores, no Rio, o acusado usava documentos falsos sob o nome de Aitor Julián Arechaga Echevarría e dava aulas de espanhol em um curso de idiomas na zona sul, cujo nome não foi divulgado. De acordo com a PF, ele vivia na zona sul, com a mulher e um filho, espanhóis, mas não divulgou desde quando a família morava no Brasil.

Foto divulgada pelo Ministério do Interior da Espanha de Joseba Gotzov Vizán González, suposto membro do ETA preso no Rio

González é acusado de ter participado, em 14 de janeiro de 1988, com outros membros do mesmo comando, de um atentado a bomba contra o veículo do policial Manuel Muñoz Domínguez, que ficou gravemente ferido. Dias depois, em ação semelhante, supostamente tentou assassinar outro policial, José María Diéguez García, em Bilbao.

No dia 13 de abril de 1988, ainda segundo a Justiça espanhola, os membros do comando Vizcaya, com suposto apoio de González, tentaram matar, com granadas, uma comissária do País Basco.

O detido disse aos policiais que as acusações que contra ele na Espanha são de natureza "política", de acordo com a PF brasileira.

Na semana que vem prescreveriam os crimes pelos quais González deve responder na Espanha e, por isso, a investigação foi acelerada. O suposto membro da ETA iniciou no ano passado os trâmites para obter direito a residência permanente no Brasil, afirmou a PF.

Segundo Oliveira, González não ofereceu resistência à prisão e admitiu que usava documentos falsos, crime pelo qual pode ser condenado, no Brasil, a até cinco anos de prisão. O espanhol será levado ao presídio Ari Franco, também no Rio de Janeiro.

Fontes do Ministério do Interior espanhol informaram à agência de notícias Efe que a prisão foi feita por meio de uma cooperação entre agentes brasileiros e espanhóis motivada por um mandado expedido pela Audiência Nacional espanhola, tribunal encarregado de crimes de terrorismo.

Segundo a PF brasileira, o acusado estava na lista vermelha da Interpol (polícia internacional), que relaciona os procurados de alta periculosidade.

ETA
Em outubro de 2011, o ETA anunciou que estava se retirando da luta armada. Mesmo debilitada, porém, a organização se recusa a se dissolver e entregar as armas, como exigem os governos espanhol e francês. O último atentado reivindicando pelo ETA ocorreu em agosto de 2009.

Em 40 anos de luta armada em nome da independência do País Basco, o ETA assassinou 829 pessoas, de acordo com as estimativas oficiais

 http://www.jornalfloripa.com.br/mundo/index1.php?pg=verjornalfloripa&id=28931

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