A secretaria não soube explicar porque os médicos de plantão não apareceram para trabalhar, mas informou que abriu sindicâncias.
O
Bom Dia Brasil mostrou, na segunda-feira (7), os problemas causados
pela falta de médicos nas emergências de hospitais públicos do Distrito
Federal. Depois da denúncia, a Secretaria de Saúde decidiu investigar o caso.
Antes mesmo de abrir a sindicância, a Secretaria de Saúde explicou que o
caos, do último domingo, não foi por causa de um exame de residência,
já que, ainda segundo a secretaria, apenas uma médica teria faltado ao
plantão por causa da prova.
Agora, os outros médicos que não foram ao plantão vão ser investigados e podem ser punidos. Depois do caos durante o fim-de-semana, voltamos ao hospital onde não
tinha médico. Em Ceilândia, a 30 quilômetros de Brasília, o paciente mal
consegue caminhar. Nenhum funcionário apareceu para ajudar.
A maca foi levada por um homem que também aguardava atendimento. “Desumana essa situação”, lamenta Tiago Silva, paciente.
“Tomara que eu seja atendido”, diz um homem.
Depois de oito horas de espera, Rosa Maria Sampaio ainda estava na
fila. “Estou tentando vir todo dia. Nunca tem médico”, conta a
faxineira.
No domingo, a direção do hospital admitiu: estava sem nenhum médico na
clínica e na enfermaria do pronto socorro, durante todo o dia. Era um
aviso para que os Bombeiros não levassem ninguém para lá.
O mesmo pedido foi feito pelos hospitais de Samambaia, de Santa Maria e
pela Unidade de Pronto Atendimento do Recanto das Emas. O hospital de
Brazlândia relatou o excesso de pacientes.
A Secretaria de Saúde não soube explicar porque os médicos escalados
para o plantão não apareceram para trabalhar, e se negou a divulgar os
nomes completos deles, mas informou que foram abertas sindicâncias.
O secretário anunciou também que será feita uma auditoria nos hospitais
e centros de saúde do Distrito Federal para comprovar se tem médico
descumprindo horário.
“A escala, em parte, pode ter alguma insuficiência, mas nos estamos com
um lamentável numero significativo de faltas. Faltas essas nem sempre
justificadas. Algumas justificadas, geralmente por licenças médicas, mas
outras injustificadas. E nós tomaremos providências nesse sentido”,
afirma Elias Miziara.
A reclamação é constante nos 16 hospitais públicos do Distrito Federal.
“Isso é uma palhaçada. A gente quer médico aqui agora”, diz.
“Tem gente passando mal, morrendo. Eles só mandam aguardar. Aguardar o que, a morte”, questiona.
“É um descaso e um desrespeito com a população pequena. Se a gente não
precisasse a gente não vinha”, ressalta Felicidade Costa, dona de casa.
A sindicância deve ser concluída em 15 dias. As penas podem ir de simples advertência até a exoneração do cargo.
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