Pacientes submetidos à cirurgia bariátrica devem ajudar vítimas de incêndio;
Paulo Mason, ex-homem mais obeso do mundo, retirou 50 Kg de pele na primeira cirurgia plástica após o emagrecimento.
Paulo Mason, ex-homem mais obeso do mundo, retirou 50 Kg de pele na primeira cirurgia plástica após o emagrecimento.
Pouca gente sabe, mas o excesso de pele retirado de obesos após a realização de cirurgia bariátrica
pode ter novo destino ao invés do lixo: os bancos de tecido. A
iniciativa seria uma forma de ajudar as vítimas do incêndio de Santa
Maria, no Rio Grande do Sul, além de abastecer os estoques.
Apesar de toda contribuição ser bem-vinda, o cirurgião plástico Dr.
Carlos Komatsu, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica (SBCP), reforça que a melhor opção é incentivar a doação de
órgãos após a morte.
— Para se ter uma ideia, o paciente obeso vai oferecer apenas 8% de
pele para os bancos, enquanto que conseguimos remover cerca de 90% dos
cadáveres. É importante lembrar que o corpo não fica deformado, pois só
removemos uma camada bem superficial da derme. A impressão é de que a
pele fica levemente ralada.
Independentemente do doador ser obeso ou cadáver, o destino da pele é o
mesmo, ou seja, o banco de tecido. É lá que a pele será mantida na
refrigeração adequada para chegar ao destino intacta. O problema,
segundo o cirurgião, é que a validade não passa de 15 dias. E, se o
tecido não for utilizado nesse curto período, deve ser descartado.
— É importante enfatizar que essa pele funciona apenas como uma espécie
de curativo. Há necessidade de ela ser substituída a cada três a cinco
dias para evitar rejeição do organismo. Sem compatibilidade de gene,
como no caso de gêmeos idênticos, a pele não serve para reconstruir a
área queimada.
Para isso, o Dr. Komatsu explica que é necessária a realização de um
procedimento chamado enxerto de pele (ou transplante), que consiste em
remover um pedaço de pele de uma área do próprio corpo, por exemplo, das
costas, e transferir para outra.
—No caso de Santa Maria, a situação é grave porque quanto mais
queimaduras espalhadas pelo corpo, a chance de óbito é bastante alta.
De acordo com o cirurgião da SBCP, a pessoa pode morrer em decorrência
de três estágios da queimadura. A primeira, cita ele, é a desidratação
por causa das queimaduras.
— O paciente perde de 10 a 15 litros de líquidos por dia. Outro
problema são as infecções, já que o organismo está frágil. Por último,
quanto mais tempo acamado, maior é a probabilidade de a pessoa
apresentar embolia pulmonar e trombose.
http://noticias.r7.com/saude/pele-retirada-de-obesos-pode-ser-usada-em-tratamento-de-queimados-30012013
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