O trabalho dos agentes foi suspenso, mas o consumo de crack e o ziguezague no meio dos carros continuaram na Avenida Brasil.
Um menino que fazia parte de um grupo de viciados em crack morreu ao atravessar a Avenida Brasil, no Rio de Janeiro. Foi durante uma operação para recolher usuários da droga.
A corrida sem rumo, a dança de quem usa crack, em meio ao trânsito
intenso da Avenida Brasil; na manhã desta quinta-feira, a corrida da
morte para o menino Rafael Motta Ribeiro, de 10 anos.
Foi logo no início de mais uma operação de combate à droga perto de uma
favela na Zona Norte da cidade. O trabalho dos agentes foi suspenso,
mas o consumo de crack e o ziguezague no meio dos carros continuaram.
Parentes de Rafael contaram que, nesta quarta, o irmão dele tinha tentado levá-lo de volta para casa.
“Sumia muito. Dez dias, doze”, lembra Aline Neves, vizinha da família de Rafael.
Ele morava na Vila Cruzeiro, distante nove quilômetros da cracolândia.
A avenida onde o menino morreu é uma das principais vias de acesso ao
Rio. Por lá, passam 220 mil veículos por dia. Ele não foi a primeira
vítima: em novembro, morreu um homem atropelado, usuário de crack.
Imagens já exibidas pelo Jornal Nacional mostram que eles arriscam a
vida várias vezes por dia. Os motoristas desviam, freiam, fazem o
possível para evitar um acidente.
Em um grupo, há uma mulher grávida. O Globocop também flagrou a fuga
descontrolada dos dependentes de crack que não queriam ser recolhidos.
O médico Paulo Amarante, presidente da Associação Brasileira de Saúde Mental, acredita que há soluções para a dependência.
"O que é preciso é que o estado e o poder público pensem em formas
efetivas de tratamento, e organizar uma rede estruturada e permanente",
opina ele.
Segundo a prefeitura do Rio, desde março de 2011, mais de seis mil
usuários foram acolhidos. Mas dos quase 5,5 mil adultos, só 10%
aceitaram tratamento. Nos abrigos, há 178 vagas para os menores; 123
estão ocupadas.
“Nosso desafio agora é essa parceria da Secretaria de Desenvolvimento
Social e do Ministério da Saúde para aumentar a oferta de tratamento. A
gente ter mais oferta de tratamento. Seja para internação, seja para
tratamento", diz Adilson Pires, secretário de Assistência Social do Rio.
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013/01/menino-morre-atropelado-durante-operacao-de-combate-ao-crack-no-rj.html
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