quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Jovem que nasceu sem língua recebe tratamento em Brasília e faz planos




Equipes médicas apresentaram, em Brasília, o resultado surpreendente do tratamento de uma jovem de 23 anos. Ela nasceu com uma condição raríssima.

O sorriso da estudante Auristela Viana da Silva tem história. Quando nasceu, ela deixou a família e os médicos preocupados.

“Ela viveu no limite do berço ao túmulo desde que nasceu. Desde que nasceu. Poderia morrer com três dias de vida”, lembra Adriana Viana, mãe de Auristela

Auristela tinha cinco anos quando a mãe a levou ao cirurgião dentista.

“Eu diria que eu tomei um susto. Na época, com 30 anos de profissão, eu nunca tinha visto um caso igual. Quando ela abriu a boca e nós não vimos uma língua, eu imaginei como é que ela podia estar viva”, conta o cirurgião dentista Frederico Salles.

Auristela nasceu sem a língua, o que dificulta muito a alimentação, a respiração, a fala. A língua é fundamental para o crescimento da mandíbula.

O cirurgião se juntou a outros especialistas e eles começaram a estudar uma solução para ajudar Auristela. Nas pesquisas científicas, descobriram apenas três casos relatados iguais ao de Auristela no mundo.

Foram dez anos de tratamento até que os especialistas decidiram fazer duas cirurgias para aumentar a largura do queixo e expandir a mandíbula, dando mais espaço para os dentes. Ela usou também um aparelho ortodôntico. O trabalho dos especialistas de Brasília foi publicado em uma revista americana.

“Esses casos únicos oferecem desafios que muitas vezes requerem soluções atípicas. Que fazem com que o conhecimento avance”, analisa o ortodontista Jorge Faber.

Um dos três casos raros é o da americana Kelly, que foi a Brasília para receber o mesmo tratamento de Auristela, que agora estuda para ser enfermeira.

“Minha maior conquista foi conseguir falar melhor, conseguir mastigar melhor e também me comunicar melhor, que até hoje eu estou estudando. Eu levo uma vida normal e estou mais disposta a encarar mais desafios. Eu gosto é de desafio”, diz Auristela.

Auristela disse que hoje se sente tão confiante que, além de estudar para ser enfermeira, pretende se preparar para dar palestras sobre a experiência dela.

 http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013/01/jovem-que-nasceu-sem-lingua-recebe-tratamento-em-brasilia-e-faz-planos.html

 

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