quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Aumento na expectativa de vida ajuda a manter aposentados no mercado de trabalho, diz especialista

Segundo dados do IBGE, um em cada quatro aposentados ainda trabalhava em 2011.

A aposentadoria é uma fase muito aguardada ao longo da vida dos trabalhadores. Ela é vista como o momento de descansar e de aproveitar o tempo livre, tão escasso na rotina de empregados e empregadores. No entanto, vários brasileiros vivem uma realidade bem diferente quando conseguem o benefício.

Dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), de 2011, mostram que um em cada quatro brasileiros aposentados estava no mercado de trabalho naquele ano. De acordo com a pesquisa, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tinha 20,16 milhões de aposentados, dos quais cerca de 5 milhões continuavam no mercado de trabalho.

Para o economista Carlos Alberto Safatle, o “adiamento” do período de descanso acontece por dois motivos. Além da necessidade de complemento da renda, ele avalia que a qualidade de vida que o trabalhador desfruta quando atinge a idade de se aposentar faz com que ele queira se manter ativo por mais tempo.

— Como a vida útil está aumentando muito no Brasil, mesmo quando a pessoa se aposenta, ela quer continuar trabalhando.

A expectativa de vida dos brasileiros que nasceram em 2011 é de 74,08 anos (74 anos e 29 dias), o que representa um aumento de 3,65 anos (3 anos, 7 meses e 24 dias) em relação à dos nascidos no ano 2000, que era de 70,4 anos. Os dados foram divulgados pelo IBGE em novembro de 2012.

Safatle, que é conselheiro do Cofecon (Conselho Federal de Economia) e professor da PUC-SP, acredita que, por causa dessa evolução, o número de aposentados no mercado de trabalho tende a crescer cada vez mais no Brasil. Ele ressalta, entretanto, que isso não significa uma ameaça aos trabalhadores jovens.

— São tipos de empregos diferentes. O aposentado vai atuar mais com a maturidade que adquiriu do que com tecnologia, na qual o jovem é imbatível. As pessoas mais velhas tendem a aproveitar a expertise que o jovem não tem. É outro nicho de mercado.


Apesar desta avaliação, de 2008 para 2011, a proporção de aposentados trabalhando caiu. Há quatro anos, o percentual era de 30%.


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