Rio de Janeiro - Quase metade dos habitantes de São Paulo,
43% mais precisamente, consideram que o policial que integra um grupo
paramilitar e que assassina um delinquente não deve responder por seu
crime, segundo uma pesquisa divulgada neste domingo pelo jornal 'Folha
de São Paulo'.
Dos 1.082 paulistanos indagados na quinta-feira pela empresa
'Datafolha', 40 % defendem que esse policial seja detido e punido e 11%
que seja expulso da corporação, mas não detido.
A pesquisa foi realizada em meio a onda de violência que castiga a
maior cidade brasileira e que só em outubro deixou 176 mortos, um número
114,6% superior ao do mesmo período do ano passado.
O recrudescimento da violência em São Paulo é atribuído por ONGs a uma
'guerra' entre um grupo criminoso da cidade e que é dirigido desde as
prisões, e grupos paramilitares integrados em sua maioria por policiais.
Sobre a origem da atual violência, 34% dos indagados a atribuiu aos
grupos criminosos comuns, 17% a uma guerra entre policiais e
delinquentes e 5% ao grupo conhecido como Primeiro Comando da Capital
(PCC).
As medidas adotadas até agora pelas autoridades regionais e nacionais
não cessaram os ataques violentos. Apenas entre a noite de sábado e a
madrugada deste domingo, foram registrados outros 15 homicídios na
região metropolitana de São Paulo.
A situação elevou significativamente a sensação de insegurança na maior cidade da América Latina.
A porcentagem dos moradores de São Paulo que se sentem inseguros ao
caminhar de noite no bairro no qual vivem saltou de 26% em agosto até
61% em novembro, segundo a pesquisa da 'Datafolha'.
Apenas 11% dos paulistanos dizem que se sentem muito seguros ao andar durante a noite em seu bairro, frente a 19% em agosto.
44% dos indagados disse já ter escutado as ordens de grupos criminosos para não sair às ruas em determinadas noites.
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