BRASÍLIA – As manchas de óleo que avançam rumo ao sul da Bahia
já chegaram a Santa Cruz de Cabrália, município localizado na Costa do
Descobrimento, e também à Porto Seguro. A informação foi confirmada pelo
Ibama.
Em Cabrália, o petróleo cru que se espalha pelo litoral nordestino
foi detectado na praia de Belmonte. Cidade histórica e de grande beleza
natural, Santa Cruz Cabrália foi o local onde ocorreu a primeira missa
no Brasil, celebrada por Frei Henrique de Coimbra.
Em
Porto Seguro, o óleo já chegou às praias de Prado, Trancoso e Arraial
d’Ajuda. E há o risco do óleo chegar a Abrolhos, segundo os técnicos que
monitoram a todo o momento a rota do óleo.
“A
quantidade de óleo tem sido bem pequena até agora, mas é uma grande
preocupação esse movimento da poluição em direção ao sul”, disse ao Estado o superintendente do Ibama na Bahia, Rodrigo Alves.
Até
esta quarta-feira, 30, segundo informações do Ibama, um total de 283
localidades de 98 municípios e nove Estados no Nordeste tinham sido
afetados pela maior tragédia ambiental do País em suas águas.
Colaboração internacional
Protagonista
de uma das maiores tragédias do mundo com derramamento de petróleo cru
no mar, o Reino Unido está apoiando as investigações brasileiras sobre a
origem da tragédia ambiental que castiga as praias do Nordeste.
A
colaboração internacional tem se dado por meio da organização ITOPF,
especializada em medidas de emergência em situações que envolvam
vazamento de óleo. A instituição foi fundada em 1968, após a tragédia
ocorrida com um dos primeiros superpetroleiros do mundo, um navio-tanque
conhecido como Torrey Canyon.
Em 1967, o navio naufragou na costa
sudoeste da Inglaterra e derramou 119 mil toneladas de petróleo bruto
no mar. Foi o maior derramamento de petróleo ocorrido até hoje, segundo
informações da organização. À época, o caso chamou a atenção do mundo
para os problemas associados a desastres com navios-tanque.
Até o
momento, a quantidade de óleo retirada do Nordeste brasileiro chega a 2
mil toneladas. Um navio-tanque, porém, carrega até 250 mil toneladas de
petróleo.
Na semana passada, a Agência Brasileira de Cooperação,
ligada ao Ministério das Relações Exteriores, encaminhou informações ao
Ministério do Meio Ambiente, sobre a colaboração oferecida pelo Reino
Unido nas investigações da tragédia no Brasil.
Questionada sobre a colaboração e o andamento do caso, a Marinha
informou, por meio de nota, que as investigações do crime ambiental
“continuam em curso e todos os esforços para elucidação dessa tragédia
inédita na história marítima mundial vêm sendo empregados desde o dia 2
de setembro”.
Nesta quarta, 30, o vice-presidente, Hamilton
Mourão, disse que pode ser anunciado nesta semana o resultado das
investigações sobre o derramamento do óleo.
No momento, a principal
hipótese da Marinha é de que uma embarcação mercante tenha sido a
responsável, e não um "navio fantasma".
Segundo Mourão, o derrame
teria acontecido após a retirada de óleo para aumentar a estabilidade do
navio no mar. "Acho que o cara fez uma ‘ejeção de porão’. Está com
problema de flutuação, de balanço, e retira um pouco o óleo para
aumentar a estabilidade", disse.
https://www.msn.com/pt-br/noticias/meio-ambiente/manchas-de-%c3%b3leo-chegam-a-cabr%c3%a1lia-e-porto-seguro/ar-AAJESwm
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