Os inquéritos e processos de busca e apreensão e quebra de
sigilos que têm como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
sua família foram reativados, na sexta-feira, 24, pelo juiz federal
Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, em Curitiba – origem do escândalo
Petrobras.
São frentes que apuram corrupção e lavagem de dinheiro na compra e
reforma do sítio, em Atibaia (SP), no negócio do tríplex do Condomínio
Solaris, no Guarujá (SP), nos pagamentos para a LILS – empresa de
palestras do ex-presidente – e nas doações para o Instituto Lula, entre
outros.
“O eminente ministro Teori Zavascki determinou, acolhendo parecer
do exmo. procurador-geral da República, a devolução do inquérito. Tendo
os autos retornado, traslade-se para estes autos cópia do parecer
apresentado no Inquérito 4220 e cópia da decisão de 13 de junho de 2016
na Reclamação 23.457”, despachou Moro, que conduz todos os processos da
Lava Jato em primeira instância.
O Supremo Tribunal Federal, por ordem do ministro Teori, havia
decretado a suspensão da tramitação das investigações contra Lula, sob
tutela de Moro, na Justiça Federal em Curitiba, em liminar que acolheu
pedido da defesa do ex-presidente, que questionou a competência da
força-tarefa em primeiro grau judicial de conduzir os casos.
Alguns dos inquéritos, como o da compra do Sítio Santa Bárbara,
em 2010, e da reforma executada no imóvel pela Odebrecht, OAS e pelo
pecuarista José Carlos Bumlai, estão em fase final, prontos para serem
transformados em denúncia formal.
Sigilo
Nesta sexta-feira, 24, ao receber de volta os processos de Teori,
o juiz da Lava Jato determinou que os inquéritos devem “tramitar
exclusivamente entre Ministério Público Federal e autoridade policial”.
Mas ordenou que “deverá ser observado o sigilo decretado pelo STF”, em
procedimento de quebra que resultou na interceptação telefônica que
captou conversas de Lula.
Nesses diálogos, o ex-presidente foi pego em diálogo com a
presidente afastada, Dilma Rousseff – a prova foi invalidada por decisão
de Teori -, um dia antes de ser nomeado por ela ministro da Casa Civil.
“Ressalve-se, por óbvio, o diálogo datado de 16 de março de 2016, entre
o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a Exma. Presidente da
República Dilma Rousseff, atualmente afastada, já que invalidado”,
reforça Moro.
O juiz da Lava Jato determinou ainda que as defesas dos
investigados reapresentem a ele “os pedidos formulados perante o Supremo
Tribunal Federal”.
Desde o início das investigações, o Instituto Lula e os advogados
do petista têm reiterado que ele nunca praticou qualquer ato ilícito. O
Instituto e a defesa reafirmam enfaticamente que o tríplex do Guarujá e
o sítio Santa Bárbara, de Atibaia, não pertencem a Lula. Os valores
recebidos pela LILS são relativos a palestras realizadas pelo
ex-presidente.
http://istoe.com.br/moro-reativa-todos-os-inqueritos-contra-lula/
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