O presidente interino Michel Temer criticou hoje (24) a oposição, que
promete obstruir a votação da nova meta orçamentária no Congresso
Nacional. Temer fez a declaração nesta manhã, antes do anúncio de
medidas para controlar o déficit público.
Ontem (23), o presidente interino Michel Temer foi ao Congresso
Nacional entregar pessoalmente a proposta da nova meta fiscal para este
ano, com previsão de déficit de R$ 170,5 bilhões.
“Estamos governando junto com senadores e deputados. Muitas vezes, leio
e ouço que estou instituindo uma espécie de semiparlamentarismo. Isso
me envaidece. Significa que estamos reinstitucionalizando o País”,
disse.
Ele destacou que, no dia de hoje, há a votação de matéria importante
para o governo, que é a análise da meta. Segundo ele, a votação
representa o primeiro teste do governo no Congresso. “Estamos
trabalhando e exercendo regularmente nossas funções", disse. "Todos
querem testar as instituições nacionais. Lamento dizer que muitos até
propuseram a modificação da meta, mas [agora] anunciam que vão impedir a
votação.”
De acordo com o presidente, isso revela a absoluta discordância com a
normalidade institucional do País.
Segundo ele, a oposição existe para
ajudar a governar. Ele lembrou que projeto original com um déficit
orçamentário, de mais de R$ 90 bilhões, foi remetido por quem estava no
poder. “Ontem, tivemos que rever o montante do déficit”, enfatizou. De
acordo com ele, a visita ao Congresso ocorreu com o objetivo de mostrar a
indispensabilidade de votar a matéria [a mudança da meta]. “Estou
pedindo as senhores que se esforcem hoje. Preciso concretizar, não posso
ficar na teoria”.
Temer anunciou também que mandará uma emenda constitucional ao
Congressopara limitar gastos públicos. As despesas do setor público,
segundo ele, se encontram em uma trajetória insustentável. "Vamos
apresentar a proposta de emenda que limitará o crescimento dos gastos",
disse.
Medidas
As medidas de política econômica que o governo anunciou são focadas no
controle das despesas primárias e financeiras, na eliminação de
ineficiências do gasto público e na busca pela melhoria do desempenho da
prestação de serviços às camadas mais pobres da população, como
antecipou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante
participação em um seminário ontem (23) em São Paulo.
De acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a ideia é
exatamente um plano de voo, com medidas que tenham efeitos plurianuais e
impactos permanentes. A ênfase, portanto, será menos numa melhora
pontual do resultado primário e mais na tentativa de colocar a dívida
pública em uma trajetória de sustentabilidade no longo prazo, informou o
Ministério da Fazenda. Meirelles tem dito que, se nada for feito, a
dívida pode ultrapassar, em alguns anos, a marca de 80% do Produto
Interno Bruto (PIB), aproximando-se do dobro da média dos Países
emergentes.
A combinação de aumento permanente da carga tributária com contenção
temporária das despesas não se aplica mais, disse o ministro.
http://noticias.terra.com.br/brasil/politica/temer-defende-aprovacao-de-medidas-economicas-no-congresso-para-conter-deficit,575b64d6eee731f1b0d549e1d3f884eagf1ygly3.html
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