A presidente Dilma Rousseff
afirmou nesta sexta-feira que país voltará a ter estabilidade política
para retomar o crescimento e se disse “estarrecida” com relatório do
Fundo Monetário Internacional (FMI) que cita a incerteza no campo
político e as investigações da Lava Jato como fatores que reduziram as
estimativas de crescimento da economia global.
Ao
discursar em reunião do Diretório Nacional do PDT, sigla onde iniciou
sua vida partidária, Dilma afirmou ainda que é natural que a oposição
critique o governo, mas não é possível aceitar que a disputa política
impeça a adoção de medidas que visam à recuperação da geração de renda e
empregos.
“Fiquei
recentemente estarrecida com uma frase que li no relatório do Fundo
Monetário Internacional”, disse a presidente aos pedetistas.
“Tenho
certeza que vamos estabilizar politicamente o país, vamos assegurar ao
país a tranquilidade para voltar crescer”, afirmou, acrescentando que o
país tem bases sólidas para recuperar a economia. “Vamos voltar a
investir, o Brasil vai voltar a crescer.”
O
FMI projetou que a economia brasileira deve sofrer retração de 3,5 por
cento este ano, depois de prever em outubro que a contração seria de 1,0
por cento. Para 2017, o FMI aponta que o Brasil deve registrar
estagnação econômica, mudando sua visão anterior de crescimento de 2,3
por cento.
Para o Fundo, "a
recessão causada pela incerteza política e contínuas repercussões da
investigação na Petrobras" estão sendo mais profunda e prolongadas do
que se esperava.
Sobre
o pedido de impeachment que tramita contra ela na Câmara, Dilma afirmou
que é necessário haver “culpa formada”, alguma comprovação concreta de
mau uso de dinheiro público, algum crime cometido. Para a presidente, a
disputa envolvendo o impeachment será uma “grande missão”, um “jogo” a
ser travado nos meses que seguem, que decidirá “o caminho do Brasil nos
próximos anos”.
Dilma
emocionou-se ao citar nomes históricos do trabalhismo, como o
ex-presidente João Goulart e o fundador do PDT Leonel Brizola, que
completaria 94 anos nesta sexta-feira se estivesse vivo.
Pouco
antes de a presidente discursar, o PDT anunciou ter fechado questão
contra o impeachment de Dilma –com previsão de sanção aos parlamentares
que não seguirem a orientação da direção partidária-, e pelo afastamento
de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara dos Deputados.
A
legenda também formalizou que terá candidatura própria ao Planalto em
2018, tendo na figura do ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes
o pré-candidato mais forte ao posto.
Ao
discursar pouco antes da presidente chegar à reunião do diretório, Ciro
negou que tenha se filiado ao PDT, no ano passado, apenas para se
candidatar a algum cargo. Colocou-se à disposição, no entanto, para
desempenhar “qualquer tarefa que o PDT entenda que esteja à altura de
enfrentar”.
Depois do evento e
após se despedir da Dilma, Ciro defendeu a postura do partido contrária
à tentativa de impeachment da presidente. Criticou, no entanto, a
condução da economia no último ano. Disse ainda esperar que ela se
“reconcilie” com valores que tiraram milhões da extrema pobreza.
Ciro
disse ainda que apenas um “idiota” acreditaria em qualquer “boa-fé” do
vice-presidente Michel Temer, mas avaliou que o presidente do PMDB tem
“recuado”, depois do forte desgaste na relação entre ele e Dilma.
http://www.msn.com/pt-br/dinheiro/economiaenegocios/dilma-se-diz-estarrecida-com-fmi-e-promete-estabilidade-pol%C3%ADtica-para-pa%C3%ADs-crescer/ar-BBozxZp?li=AAggXC1
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