Dívida de € 1,6 bilhão com o FMI pode ser primeiro calote do governo grego, que negocia para não impor mais austeridade
O ministro das Finanças da Grécia, Yanis
Varoufakis, anunciou nesta terça-feira (30) que o país não pagará a
parcela de 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), a
qual vence hoje.
A Grécia corre o risco de dar um calote na instituição
porque não conseguiu chegar a um acordo para desbloquear o acesso a 7
bilhões de euros referentes à última fase do pacote de 240 bilhões de
euros que o país aceitou receber do FMI e do Banco Central Europeu (BCE)
desde 2010 para ajudar em sua crise financeira.
As negociações
para o desbloqueio do pacote emperraram no fim de semana, após o governo
do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, anunciar de surpresa a
convocação de um referendo no próximo dia 5 para a população decidir as
condições do empréstimo.
Além disso, Atenas tinha pedido a seus credores uma extensão do prazo
de vencimento da parcela da dívida. Ontem, o governo decidiu decretar
feriado bancário para toda a semana, a fim de evitar uma onda de saques.
Foi estipulado um valor máximo de 60 euros por dia para que os
correntistas tenham acesso. A situação desperta preocupações sobre uma
possível saída da Grécia da zona do euro, o que poderia contagiar o
sistema financeiro da região.
Recém-recuperada de uma crise, a
Itália poderia ser uma das mais afetadas, mas o primeiro-ministro Matteo
Renzi garantiu, em uma entrevista à imprensa local, que o país "está
fora da linha de fogo" de um eventual default grego. Para evitar um
calote, as lideranças europeias estão tentando chegar a um acordo de
última hora com os gregos.
O presidente da Comissão Europeia,
Jean-Claude Juncker, teria feito uma proposta surpresa a Atenas, de
acordo com o jornal "Kathimerini". A chanceler alemã, Angela Merkel,
garantiu, por sua vez, que continuará as negociações com a Grécia até o
final.
"Naturalmente, mesmo depois da meia-noite, não
encerraremos o diálogo, ou então não seríamos a União Europeia", disse
em uma coletiva de imprensa em Berlim. "A porta continua aberta, esta é a
única coisa que posso dizer no momento", acrescentou. Até a Organização
das Nações Unidas (ONU) fez um apelo para que a Grécia e os credores
não economizem esforços para um acordo.
"Qualquer acordo exigirá compromissos de ambas as partes", disse à ANSA um porta-voz do secretário-geral Ban Ki-moon.
http://economia.ig.com.br/2015-06-30/ministro-diz-que-grecia-nao-pagara-fmi-hoje.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário