O PT terá grande dificuldade para recuperar sua imagem, se é que um
dia conseguirá. Com seu tesoureiro preso e a sigla exposta já há tempos a
uma saraivada de denúncias, o PT como marca política parece
irreversivelmente danificada.
Apesar dos pesares, o PT ainda é, entre os partidos, o que tem mais
simpatizantes. Segundo o Datafolha de abril, 13% dizem preferir o PT, à
frente de PSDB (7%) e PMDB (6%).
Essa preferência, porém, já foi bem maior. Em 2010, no final de 8
anos de governo Lula, quase um em cada três brasileiros (29%) se diziam
simpáticos ao PT.
A preferência ao PT evaporou em 5 anos. A popularidade do partido
desabou junto com a popularidade de todo e qualquer partido político:
atualmente 66% dos brasileiros rejeitam os partidos (antes eram 51%).
Será a rejeição ao PT ou à política em geral?
Possivelmente as duas coisas, pois para muita gente, em especial os
mais jovens, o PT é sinônimo de governo e de política. Sinônimo, pois,
de tudo o que está errado (os serviços públicos ruins, a precariedade da
saúde, a educação insuficiente), ao mesmo tempo que encarnação da
“política”, essa instituição
“maléfica”.
Mesmo assim, na última eleição 11,8 milhões de pessoas votaram em
deputados federais do PT, superando o PMDB (10 milhões) e PSDB (9,1
milhões). Mas esses números também declinam: o partido elegeu menos
deputados agora do que em 2010. Pela curva das preferências eleitorais,
dificilmente a oposição perderá a próxima eleição.
Seja como for, os partidos políticos são veículos. No caso do PT,
este se propôs ao longo de sua história a defender os trabalhadores, em
uma linha social democrata – nunca foi um partido revolucionário.
Com ou sem PT, com ou sem os partidos atuais, os problemas e desafios
brasileiros continuarão. Não se resolverão por mágica, muito menos sem
conflito de interesses. Quem dará conta? Quem está aí para defender
quais interesses?
https://br.noticias.yahoo.com/blogs/rogerio-jordao/o-pt-esta-quase-liquidado-e-agora-143549116.html
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