Estádio mais caro da Copa 2014 já está R$ 700 milhões acima do orçamento inicial
Com R$ 700 milhões acima do orçamento inicial, Estádio não está 100% concluído, segundo TCDF
Andre Borges/ComCopa
O Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília (DF), o mais caro entre
as arenas construídas ou reformadas para a Copa do Mundo 2014, custou
até agora R$ 1,8 bilhão, segundo o TCDF (Tribunal de Contas do Distrito
Federal). E esta montanha de dinheiro gasta no estádio ainda pode
aumentar. Isso porque as obras de comunicação visual, de urbanização e
paisagismo no entorno da arena, além de uma estação de energia solar
fotovoltaica ainda não foram feitas.
Nem todos esses gastos estão incluídos no valor total da arena, de R$
1,8 bilhão, como as obras de comunicação visual: placas que mapeiam
setores do estádio, sistemas de alerta, advertência e emergência. Já as
obras de paisagismo e urbanização e a estação fotovoltaica estão na
previsão. Mas após a conclusão dessas obras, o valor final do estádio
pode estourar, segundo o TCDF.
Para a urbanização e o paisagismo do entorno da arena multiuso há uma
estimativa de custo aproximado de R$ 230 milhões. A construção de uma
usina fotovoltaica – de placas de energia solar – custaria R$ 12,2
milhões.
Com custo inicial estimado em R$ 1,1 bilhão, os gastos até agora já
ultrapassam em R$ 698.344.855,68 o preço inicial do Estádio.
Em resposta ao R7 DF a Novacap (Companhia Urbanizadora
da Nova Capital) informou que as obras de urbanização e paisagismo da
área do entorno do Estádio estão paralisadas aguardando disponibilidade
financeira. No contrato, a previsão de conclusão das obras é até 2017.
Quanto à usina fotovoltaica, em nota, a Terracap (Agência de
Desenvolvimento do Distrito Federal) disse que existe um convênio
celebrado entre ela a CEB (Companhia Energética de Brasília) e Novacap
visando a implantação da usina. Segundo a Agência de Desenvolvimento do
DF, a partir do novo governo, a nova direção da Terracap, resolveu
suspender a implantação para que fosse feita uma análise técnica mais
detalhada e assim dar andamento à obra.
Questionada, a Secretaria de Turismo do Distrito Federal disse que o
Mané Garrincha, reinaugurado em maio de 2013, já estava totalmente
pronto na inauguração da Copa das Confederações, em julho do mesmo ano. A
Secretaria disse que a usina solar e as obras de urbanismo não
interferem no funcionamento do estádio.
Secretarias do DF ocupam 40 salas do Estádio Nacional Mané Garrincha
André Borges/Agência Brasília
Sede de secretarias
Em Brasília, o Estádio Nacional Mané Garrincha não viu mais, desde a
copa, as suas arquibancandas lotadas apesar de ter sido palco de
confrontos de grandes times e de shows internacionais. Para minimizar a
ociosidade do gigante, que tem capacidade para 70 mil torcedores, o Mané
passou, a partir de março, a abrigar três secretarias do Governo do DF.
São elas: Economia, Desenvolvimento Humano e Social e de Esporte e
Lazer, que funcionavam em um prédio alugado na 509 Norte, em Brasília.
Segundo o GDF (Governo do Distrito Federal), a medida reduzirá as
despesas da máquina pública em R$ 10,5 milhões por ano.
A ideia do governo, além de ocupar o estádio, é reduzir custos com
aluguéis de imóveis e melhorar as condições do caixa do Distrito Federal
que, atualmente, está praticamente zerado.
O secretário da pasta Antônio Paulo Vogel admite que a medida não é a
ideal, mas alega ser necessária porque o DF passa por um momento de
“emergência financeira”. Segundo ele, diferente do que muitos estão
pensando, as secretarias não ficarão abrigadas eternamente no Mané
Garrincha, a ideia, é que elas mudem para o novo Centro Administrativo
em, no máximo, um ano.
— A melhor solução seria a gente resolver todas as questões que pairam
sobre a ocupação do novo Centro Administrativo e ir para lá. Mas, agora
estamos reduzindo o custo global com aluguel e todos os gestores buscam
redução desses valores. Nesse caso, o estádio, com salas ociosas, foi a
saída. A mudança é temporária, gostaria que ficassem [no estádio] menos
de um ano, mas vamos depender de solucionar os problemas para ocupar o
Centro Administrativo.
Em contato com o R7 DF, o senador e ex-jogador de
futebol Romário (PSB-RJ), crítico ferrenho dos estádios erguidos para o
mundial diz que a medida “não é a ideal”, mas considera uma boa solução
para que o Estádio Nacional Mané Garrincha se mantenha sem gerar
prejuízos aos cofres públicos do DF.
— Ainda é cedo para dizer que o estádio se tornou um elefante branco.
Afinal, apesar de poucos jogos, há uma série de eventos não esportivos,
como festas e shows. O problema é o estádio não se manter e gerar
prejuízo para os cofres públicos. A arena é muito grande e vai ser muito
difícil ter uma média de público como a da Copa, mas os administradores
precisam encontrar alternativas para o local gerar renda. Não é o
ideal, mas abrigar as secretarias foi uma boa solução, já que gerou
economia.
http://noticias.r7.com/distrito-federal/custo-do-mane-garrincha-pode-ultrapassar-r-18-bilhao-segundo-tribunal-de-contas-do-df-25042015
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