segunda-feira, 23 de março de 2015

Morador de rua proibido de circular no campus da UnB

Justiça decide afastar suspeito de atacar estudantes. Departamento havia suspendido aulas após ameaças



O morador de rua Renatinho, suspeito de agredir e assediar mulheres no campus Darcy Ribeiro, na Asa Norte, está proibido de circular e permanecer na Universidade de Brasília (UnB). A Polícia Civil do Distrito Federal conseguiu medida cautelar na Justiça e, caso o homem descumpra a restrição, deve ser autuado em flagrante por desobediência. Para estudantes, há fraco policiamento no local, que não deve impedir a presença do acusado.

Há dois dias, o Jornal de Brasília mostrou que o Departamento de Artes Visuais da universidade precisou suspender as aulas depois que o suspeito, que passou a morar na UnB, agrediu duas mulheres no Instituto Central de Ciências Sul.

Tudo aconteceu no último dia 16, quando, após as 22h, ele abordou uma professora e uma estudante, de 22 anos, com as calças abaixadas na altura das pernas. Pouco depois, ele teria atacado outro grupo, com gritos e cuspidas. A previsão é de que  as aulas voltem ao normal amanhã.

Na última sexta, Renatinho estava detido no 2º Departamento de Polícia Civil, na Asa Norte, aguardando uma decisão da Justiça. Agora, segundo a PCDF, caso ele descumpra a medida restritiva, o juiz será informado e “poderá decretar sua prisão preventiva”. O crime é de menor potencial ofensivo e, por enquanto, o acusado segue em liberdade.

POLICIAMENTO 
A Polícia Civil informou que agentes estarão realizando diligências no local para verificar se Renatinho continua a frequentar as dependências da UnB. De acordo com a PMDF, as equipes “continuarão fazendo o patrulhamento na área e, caso seja verificada a presença dele no campus, o mesmo será conduzido à delegacia pelo descumprimento da ordem”.

Para estudantes, a medida da Justiça é falha. Garantem que não haverá policiamento suficiente para que o homem seja mantido fora da UnB. Amanda de Souza, de 19 anos, é estudante de Administração e diz que quase não vê seguranças ou policiais protegendo a universidade. “O campus está extremamente perigoso, a gente sempre reclama da questão da segurança. Com a decisão, essa sensação de medo vai diminuir. Mas duvido que tenha um controle”, acredita.

Para ela, o acusado vai voltar. A opinião é compartilhada por Isabela Braga, aluna de Ciências Biológicas, 19. “Não acho que tenha como garantir que ele não entre nas dependências da UnB. É claro que dá um pouco de alívio saber que ele está impedido, mas não tem como relaxar”, opina.

Histórico de ataques e memorando
 Velho conhecido dos estudantes, professores e frequentadores da Universidade de Brasília, o primeiro registro de reclamação a respeito de Renatinho é de 2013, quando um professor foi agredido e uma aluna e uma mulher foram atacadas, no estacionamento do campus. A primeira, com um pedaço de madeira, e a segunda, quando saía de uma academia.

Segundo relatos de testemunhas, o homem aguardava o momento em que as mulheres ficavam sozinhas para abordá-las. Quando saíam da sala de aula ou dos auditórios, se deparavam com o homem se masturbando nas escadas do campus. Ele teria agarrado e cuspido nas mulheres, além de agredir um professor do Departamento de Agronomia.

Com medo da reação do homem, alunas e funcionárias evitam andar sozinhas, e até mesmo sair das salas de aula, para não correrem o risco de se deparar com o agressor. Segundo os estudantes, um memorando relatando os casos acontecidos no campus foi enviado ao Decanato de Gestão de Pessoas da instituição de ensino. “É inadmissível que a gente não tenha segurança em um lugar como a UnB. Ele está sempre por perto, estamos sempre com medo”, afirmou uma estudante que preferiu não se identificar.

Rotina perigosa
Os estudantes da UnB reclamam da presença de moradores de rua como Renatinho (foto) no campus. Segundo eles, além de cometerem atentado ao pudor, essas pessoas também seriam responsáveis por assaltos. Apesar de serem presos com certa frequência, os estudantes dizem que os mesmos sempre retornam ao local.

Saiba mais
A reportagem não conseguiu contato com a Universidade de Brasília, para que comentasse o acontecimento e a decisão.

A PM diz contar com a colaboração da comunidade, de alunos e de funcionários da UnB para que denunciem caso o homem seja visto no campus.

A informação é de que, somente no início do semestre, quatro tentativas de estupro ocorreram dentro das dependências da instituição.

As mulheres teriam recebido recomendação, pelas redes sociais, de não andarem sozinhas no campus.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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