segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Médicos do Hospital de Base denunciam em carta “calamidade” no atendimento

Documento foi enviado à Secretaria de Saúde e diz que principais atendimentos estão parados

Hospital de Base tem atendimentos Eduardo Enamoto/R7
 
Os médicos do maior hospital do Distrito Federal, o Hospital de Base, denunciam situação grave de falta de material, medicamentos e estrutura básica para atender os pacientes. Em carta enviada a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, os profissionais de saúde dizem que o quadro é de “calamidade” e “caos”.

Um trecho documento diz que não é possível realizar consultas, cirurgias e que apenas atendimentos de emergência serão realizados a depender da gravidade e complexidade.

— O grau de desabastecimento tão extenso e grave compromete a segurança e coloca em risco a vida dos pacientes sob nossa responsabilidade, afirma o documento assinado por cirurgiões de 19 áreas médicas.

O que o documento relata em palavras, os pacientes e acompanhantes sentem no dia a dia. O pai da estudante Érica Mota está internado na unidade de saúde há 55 dias. Passou por uma cirurgia de ponte de safena e há vinte dias aguarda outra chance de entrar no centro cirúrgico para a correção de uma válvula defeituosa. Nesse domingo (23) pela manhã a médica anunciou que Valdivino Aprijo de Oliveira iria passar por nova cirurgia, mas uma hora depois o procedimento foi cancelado por falta de material.

— Passada u8ma hora a médica que o operou chegou no quarto falando ”Seu Valdivino, infelizmente não vai ser possível fazer a cirurgia porque tá com falta de material no hospital e não tem nenhuma previsão de quando vai ser feito, o senhor aguenta aí” , mas como é que ele vai aguentar?  É coração, com coração não se brinca.

Um acompanhante de outro paciente diz que é comum que o hospital faça pedido de material básico pata atender os pacientes. — [material básico] Essas coisas  a gente tem que comprar. Toda vez que ele tem que usar a gente compra, colírio tem que comprar. [se não comprar] ele não usa. 

O presidente do Sindicato dos Médicos, Gutemberg Fialho, diz que hoje a situação está mais grave, mas a falta de material e de condições mínimas de trabalho dificultam os atendimentos há muito tempo.

— Essa situação vem se agravando ao longo do tempo, não é de hoje. Esse quadro tem se repetido e nós chegamos numa situação em que os colegas estão sem condições de assistir os pacientes e os pacientes sem ter assistência.  Em nota, a Secretaria de Saúde rebateu a denúncia dos médicos e afirmou que nenhum serviço será parado no Hospital de Base e que medidas serão tomadas para solucionar os problemas.   

 http://noticias.r7.com/distrito-federal/medicos-do-hospital-de-base-denunciam-em-carta-calamidade-no-atendimento-24112014

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