quinta-feira, 9 de outubro de 2014

PM do Corsa Preto volta ao banco dos réus nesta quinta-feira


Veículo foi utilizado em diversos homicídios
Veículo foi utilizado em diversos homicídios
Condenado no ano passado a mais de 40 anos de reclusão por uma série de crimes cometida a bordo do seu Corsa preto, o soldado André Aparecido dos Santos senta novamente no banco dos réus nesta quinta-feira (9), no Fórum de Santos, para ser julgado, desta vez por dois atentados a tiros contra um estudante e um motoboy.

A dupla tentativa de homicídio aconteceu na noite de 25 de dezembro de 2010, na esquina das ruas Moema e Comendador Alfaia Rodrigues, na Ponta da Praia. Na ocasião, como na série de ataques pela qual já foi julgado e condenado, o réu também dirigia o seu Corsa preto e, ao passar pelas vítimas, disparou sem qualquer motivo.

Para o promotor Octávio Borba de Vasconcellos Filho, as vítimas só não morreram porque, após os primeiros disparos, saíram da linha de tiro e tiveram cuidados médicos imediatos. Na época com 24 e 27 anos, o estudante e o motoboy foram baleados em regiões não vitais e ficaram sem sequelas.

As vítimas conversavam no local com outros jovens, que também escaparam ilesos. O representante do Ministério Público (MP) destacou na denúncia que o PM quis matar os seus alvos escolhidos de modo aleatório ou, pelo menos, assumiu o risco de eliminá-los.

Na hipótese de condenação, o réu está sujeito a pena de 8 a 40 anos de reclusão. Defendido pelo advogado Alex Ochsendorf, o PM nega ter atirado nos jovens. A mesma tese foi sustentada pelo acusado no júri do ano passado, quando foi sentenciado a 40 anos e dez meses, em regime inicial fechado.

Crimes em série

O julgamento de 2013 durou três dias, terminando no final da noite de 14 de novembro, e ocorreu no Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo. Ochsendorf pediu para o Tribunal de Justiça de São Paulo transferi-lo de comarca, sob o argumento de que, em Santos, o ambiente era hostil para ele e o cliente.

Na sessão realizada na Capital, o soldado Aparecido foi julgado por um homicídio consumado e nove tentativas de homicídio em Santos e São Vicente, em 10 de abril de 2011. Os crimes em série, portanto, foram praticados antes da dupla tentativa de homicídio da Ponta da Praia.

O processo ficou conhecido como Caso do Carro Preto, devido ao modo como agiu o réu. A vítima fatal da onda de crimes foi o técnico em enfermagem Paulo Roberto Barnabé. Ele caminhava pela Rua Pindorama, próximo à Praia do Boqueirão, quando foi baleado junto com o amigo Arsênio de Oliveira Júnior, que ficou paraplégico.

http://www.atribuna.com.br/pol%C3%ADcia/pm-do-corsa-preto-volta-ao-banco-dos-r%C3%A9us-nesta-quinta-feira-1.408448

Nenhum comentário: