Por Ricardo Brandt
O
ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, revelou à
Justiça Federal nesta quarta feira, 8, que pagou propinas a três
partidos políticos "grandes" - o PT, o PMDB e o PP - para financiar a
campanha eleitoral das siglas em 2010.
Costa
disse que foi indicado para o cargo pelo ex-deputado José Janene
(PP-PR), em 2004, com a missão de montar um esquema de pagamento de
propinas para políticos. Ele afirmou que a propina para os partidos era
dividida na base de 1% para um e 2% para outro - sobre valores
superfaturados de contratos da Petrobrás com empreiteiras e
fornecedores.
O ex-diretor,
que fez delação premiada ao Ministério Público Federal, homologada pelo
ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, declarou na
audiência desta tarde que o esquema financiou a campanha eleitoral de
2010.
Ele não pôde dizer, em
seu relato, os nomes de políticos que teriam recebido dinheiro de
corrupção."Muita gente", ele disse. A competência para investigar ou
processar parlamentares é exclusiva do Supremo Tribunal Federal, por
isso ele não pode citar os nomes à Justiça Federal.
Costa
depôs durante cerca de duas horas no processo da Operação Lava Jato em
que é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro desviado das obras da
refinaria Abreu e Lima. Costa já deixou a sede da Justiça Federal, em
Curitiba, e está retornando ao Rio de Janeiro, onde cumpre prisão em
regime domiciliar.
O
ex-diretor apontou os nomes de outros três diretores da Petrobrás que,
segundo ele, faziam parte do esquema. Afirmou que recebeu "pessoalmente
de Sérgio Machado (presidente da Transpetro) a quantia de R$ 500
mil."Ele afirmou que em "outras diretorias" da Petrobrás também havia
esquema de propinas. "Havia um esquema de grupos atuando na Petrobrás,
cada um com seus interesses, cada um com seu operador."
Sobre
a participação de políticos, ele disse. "Os líderes estão fora desse
processo, são agentes políticos, não são as empresas".Segundo Costa, as
empreiteiras e fornecedores "estavam submetidas até à quebra se não
pagassem propina"."Quem não pagava não participava", declarou o
ex-diretor.
COM A PALAVRA, A TRANSPETRO
"O
presidente da Transpetro, Sergio Machado, nega com veemência as
afirmações atribuídas ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Trata-se de uma afirmação absurda e falsa. Machado está indignado com a
divulgação do suposto conteúdo de um depoimento dado a portas fechadas e
sobre o qual não se tem nenhuma informação oficial.
Tomará
todas as providências cabíveis para restabelecer a verdade e defender
sua honra, processando judicialmente quem quer que seja na defesa da
Transpetro. Ressalta ainda a sua estranheza com o fato desse vazamento
ter ocorrido no meio do processo eleitoral.Sergio Machado jamais foi
processado pelo Ministério Público ou por qualquer outra autoridade
brasileira em decorrência de seus atos ao longo de 30 anos de vida
pública."
http://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil/ex-diretor-da-petrobr%C3%A1s-diz-que-pagou-propina-a-pt-pmdb-e-pp/ar-BB8emWY
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