Decisão não inclui ofensiva do Reino Unido contra o território sírio
O Parlamento britânico deu sinal verde nesta sexta-feira (26) por
grande maioria a que o Reino Unido se some a uma ofensiva aérea no
Iraque contra o grupo jihadista EI (Estado Islâmico), que deve ter início nas próximas horas.
Em uma sessão extraordinária na Câmara dos Comuns, 524 deputados
referendaram a proposta do governo do primeiro-ministro, David Cameron,
enquanto 43 votaram contra.
O texto aprovado descarta, por enquanto, ataques britânicos na Síria,
apesar de Cameron ter deixada aberta essa possibilidade ao garantir que
não existem "barreiras legais" para estender a operação militar nesse
país.
Sobre esse tema, o líder da oposição trabalhista, Ed Miliband, disse
que considerará "qualquer proposta futura" para ampliar a ofensiva, ao
tempo que insistiu que "seria melhor" contar, nesse caso, com o respaldo
do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), dado
que os bombardeios começaram sem o consentimento do regime sírio.
Há pouco mais de um ano, o Parlamento impediu que Cameron antecipasse
um plano de ataque contra a Síria para conter o suposto uso de armamento
químico por parte do governo do presidente sírio, Bashar al Assad.
Hoje, Cameron argumentou, durante um debate que durou cerca de seis
horas, que o pedido de ajuda internacional feito nesta semana na ONU
pelo primeiro-ministro iraquiano, Haider al Abadi, se refere, neste
caso, ao apoio legal necessário para se unir à operação iniciada em
agosto pelos Estados Unidos.
O Reino Unido mantém no Chipre há algumas semanas aviões de combate que
colaboraram até agora em missões de informação americanas e que
poderiam iniciar os bombardeios britânicos ainda neste fim de semana.
Cameron ressaltou que as tropas que combaterão o Estado Islâmico no
território não serão britânicas, mas soldados curdos ou o próprio
Exército iraquiano.
O primeiro-ministro do Reino Unido ressaltou que o EI é uma ameaça para
os países ocidentais depois das execuções de dois jornalistas
americanos e um voluntário britânico, e elevou o alerta nas últimas
semanas.
"Se isto não for controlado, enfrentaremos um califado terrorista no
litoral do Mediterrâneo, fronteira com um membro da Otan (Turquia), com
uma declarada e provada determinação de atacar nosso país e a nossa
população", afirmou o primeiro-ministro. Como já havia declarado ontem o
ministro da Defesa, Michael Fallon, Cameron disse que a missão militar
para tentar acabar com o Estado Islâmico levará "não meses, mas anos".
http://noticias.r7.com/internacional/parlamento-britanico-aprova-ataques-aereos-contra-o-estado-islamico-26092014
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