Os compradores estão mais cautelosos e os proprietários estão vendo uma nova realidade
No Leblon, onde ficam os endereços mais caros do Rio de Janeiro (foto), o valor das ofertas já apresenta queda de 0,7% no ano
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Após aumentos expressivos nos últimos anos, o valor dos imóveis usados
está se estabilizando no Rio de Janeiro e em São Paulo. Enquanto o
volume de vendas de imóveis novos caiu 72,3% durante o mês de junho
na capital paulista, segundo o Secovi (Sindicato da Habitação de São
Paulo), os donos de imóveis usados estão vendendo seus bens com valor
20% menor no Rio e até 30% menor em São Paulo.
No levantamento de agosto, o Índice FipeZap teve uma alta de 4,8%. Esse
é o nono mês consecutivo de recuo no indicador, o que reforça a
tendência de desaceleração no aumento dos preços do imóveis.
Para ajudar a aquecer a economia, o Ministério da Fazenda anunciou
medidas que vão facilitar a compra e venda de imóveis, além da
recuperação de bens em casos de inadimplência.
De acordo com o gerente geral de vendas da imobiliária Apsa, Rogério
Quintanilha, o motivo seria a constatação de que o Rio de Janeiro não se
beneficiou tanto quanto se esperava pela realização da Copa do Mundo e
das Olimpíadas e pela indústria de extração de óleo e gás.
— Os preços atingiram valores altos na cidade porque o Rio era visto
como a bola da vez no Brasil. Falava-se de muitas empresas que viriam
para a cidade, novos empregos que seriam gerados, tudo isso somado a
expectativa de grandes avanços na infraestrutura, nos transportes
públicos e na segurança. Muitas coisas melhoraram, mas não como se
esperava.
Quintanilha lembra ainda que o “crescimento dos juros e da inflação
também inibiu a intenção de compra da população”. Ele afirma que, diante
desse cenário, é possível que os preços de imóveis usados cheguem até a
baixar um pouco.
— A demanda continua grande, mas muitas vendas não estão sendo mais realizadas com a mesma velocidade.
Descontos
Os compradores estão mais cautelosos e os proprietários estão se vendo
em uma nova realidade: está havendo mais negociação. Quintanilha diz que
“vende mais rápido quem aceita conceder algum desconto".
Em bairros como Tijuca e Méier, onde a procura por imóveis ainda é
maior, os preços mantêm a valorização média verificada em torno de 5%.
Mas no Leblon, onde ficam os endereços mais caros da cidade, o valor das
ofertas já apresenta queda de 0,7% no ano. No bairro vizinho, Ipanema, o
aumento também foi tímido e ficou em 1,3%.
Imóveis maiores, de três ou mais quartos, estão tendo uma desaceleração
nos seus valores mais acentuada do que os demais. Os imóveis de sala e
quarto e até os de dois quartos estão sofrendo menos com a queda da
economia brasileira e do poder de compra da população.
São Paulo
Além de feirões que foram realizados no mês passado por construtoras para reduzir o estoque de apartamentos novos,
algumas imobiliárias também estão procurando alternativas para vender
ou alugar os usados em São Paulo. A Lello, por exemplo, está oferecendo
descontos de até 30% em mil unidades residenciais até o fim deste mês.
A média de abatimentos, assim como no Rio de Janeiro, é de 20% em
relação ao valor inicialmente pedido. A expectativa da imobiliária é
captar mais 500 imóveis para a campanha, totalizando 1,5 mil ofertas à
disposição dos interessados, que terão até 30 de setembro para fechar
negócio com os abatimentos oferecidos.
A diretora comercial da Lello Imóveis, Roseli Hernandes, diz que “essa é
uma iniciativa importante porque aproxima quem quer vender ou locar de
quem está procurando um imóvel para comprar ou alugar, agilizando o
fechamento do negócio, com vantagens para ambas as partes”.
http://noticias.r7.com/economia/imoveis-usados-sao-vendidos-com-valor-ate-30-menor-que-o-anunciado-05092014
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