Para ajustar o volume de produção à demanda, a General Motors dará
férias coletivas em junho por períodos que vão de 12 dias a um mês nas
três fábricas do grupo no País. As paradas envolvem o pessoal do
terceiro turno das fábricas de São Caetano do Sul (SP) e Gravataí (RS), e
da linha de comerciais leves e de CKD (carros desmontados) de São José
dos Campos (SP).
A GM não divulgou o número de funcionários que ficarão em casa, mas,
segundo os sindicatos de metalúrgicos dessas bases, estão envolvidos
aproximadamente 3,2 mil operários da produção. O presidente do Sindicato
dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, disse que,
naquela unidade, também serão dispensados mais de 3 mil funcionários
mensalistas.
Na fábrica de São Caetano, as férias vão de 12 a 29 de junho e, em São
José dos Campos, de 12 a 23 para um grupo e de 12 a 29 para outra
equipe. Em Gravataí, a suspensão será de um mês, de 12 de junho a 11 de
julho. Além das férias, haverá dispensa de todos os 21,5 mil
funcionários do grupo nos dias 12, 17 e 23, datas de jogos do Brasil na
Copa.
Nas últimas semanas, todas as grandes fabricantes têm adotado medidas de redução de produção.
A queda nas vendas de veículos e os altos estoques também levarão a
fabricante de autopeças Bosch, de Campinas (SP), a reduzir um turno de
trabalho em várias linhas da empresa em junho. O número de envolvidos
está em avaliação, informa Besaliel Botelho, presidente da Bosch América
Latina. "Houve um corte de 15% na demanda das montadoras", justifica o
executivo.
Apesar das dificuldades atuais, Botelho informa que a empresa vai
investir este ano R$ 108 milhões no Brasil, boa parte em projetos de
nacionalização de componentes. Hoje, a empresa importa 40% de todas as
peças usadas na produção e quer reduzir fortemente esse porcentual.
Greve
Uma greve dos cerca de mil trabalhadores da fabricante de autopeças
Benteler, de Campinas, iniciada na quinta-feira, 15, paralisou, na
terça-feira, 20, as linhas de produção de várias montadoras. A empresa
fornece conjuntos soldados, eixos e peças estampadas. Segundo o
Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, a greve é pelo pagamento de
participação nos lucros (PLR), melhores condições de trabalho e contra
demissões de funcionários com problemas de saúde.
A entidade informa que foram paralisadas ontem as linhas de montagem da
Toyota em Indaiatuba (SP) e da Honda em Sumaré (SP). Silva, dos
Metalúrgicos de São Caetano, também afirmou que a fábrica da GM na
cidade não operou ontem por falta de eixos.
Em nota, a Honda confirma que "em função de problemas no abastecimento
de determinadas peças", interrompeu a produção no segundo turno. O
primeiro turno funcionou normalmente. "Salientamos que a parada não tem
qualquer relação com a demanda no mercado brasileiro, que segue aquecida
impulsionada pelo lançamento do novo Fit", informa.
O pessoal do primeiro turno da linha de produção da Mercedes-Benz em
São Bernardo do Campo (SP) também não entrou para trabalhar ontem em
razão de negociações para o pagamento da PLR. Após acordo com a empresa,
que se comprometeu a pagar uma primeira parcela de R$ 7 mil, a produção
foi restabelecida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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