É consenso que na luta contra o câncer o tempo é peça chave em busca da cura.
Ainda assim, uma auditoria do Tribunal de Contas da União, em 2011, mostrou que
um paciente com a doença espera, em média, quase quatro meses para conseguir uma
sessão de radioterapia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ou em média três meses
para uma cirurgia ou dois meses e meio para iniciar a quimioterapia.
De lá para cá, pouca coisa mudou, na opinião da mastologista e presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama, Maira Caleffi. E, desta forma, houve pouco para se comemorar ontem, Dia Mundial de Combate ao Câncer.
De lá para cá, pouca coisa mudou, na opinião da mastologista e presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama, Maira Caleffi. E, desta forma, houve pouco para se comemorar ontem, Dia Mundial de Combate ao Câncer.
Segundo auditoria, paciente com a doença espera dois meses e meio para iniciar as sessões de quimioterapia
Segundo a médica, a demora para o início do tratamento pode chegar a seis
meses, mesmo com a Lei Federal 12.732. A norma, que em maio completa um ano,
prevê que o tratamento de pessoas diagnosticadas com câncer tenha início em até
60 dias. “Isso não está acontecendo porque hoje temos dificuldade em
contabilizar os dias a partir do diagnóstico”, afirma Maira.
A dificuldade acontece porque ficou estabelecido que o ponto de partida seria o cadastro do paciente no Sistema de Informação do Câncer (Siscan). Mas, a maioria dos estados e municípios do País ainda não implantou o sistema.
“Na prática, não estamos conseguindo agilizar o atendimento. O tempo continua de seis meses em diante. E sabemos que em algumas doenças, como o câncer de mama, o tempo é importante. Está relacionado ao crescimento do tumor que, por sua vez, está ligado à necessidade da retirada total da mama ou à metástase (formação de um novo tumor)”.
Ela afirma que o grande problema não é a implantação do Siscan, mas o próprio sistema. Maira defende que os 60 dias passem a ser contados a partir de um laudo que diagnostique a doença, não a partir de um cadastro no sistema.
Aqui também
Na Baixada Santista, o problema é o mesmo, afirma a enfermeira e presidente do Instituto Neomama, Gilze Maria Costa Francisco. “Acredito que a lei tem uma série de elementos que não foram planejados e estão gerando uma expectativa muito grande. Porém, para ser implantada, precisa de subsídios de todas as esferas. Seja na questão do diagnóstico, da disponibilidade de tecnologia e espaço para o tratamento até no número de profissionais. É um efeito dominó”.
Desta forma, afirma ela, mesmo que o sistema funcionasse, isso quer dizer, que o cadastro fosse feito e o tempo calculado, a estrutura de atendimento ainda teria de melhorar. “Não adianta alguém dizer: você tem câncer e precisa se tratar até tal dia. É preciso garantir o atendimento”, diz Gilze.
A dificuldade acontece porque ficou estabelecido que o ponto de partida seria o cadastro do paciente no Sistema de Informação do Câncer (Siscan). Mas, a maioria dos estados e municípios do País ainda não implantou o sistema.
“Na prática, não estamos conseguindo agilizar o atendimento. O tempo continua de seis meses em diante. E sabemos que em algumas doenças, como o câncer de mama, o tempo é importante. Está relacionado ao crescimento do tumor que, por sua vez, está ligado à necessidade da retirada total da mama ou à metástase (formação de um novo tumor)”.
Ela afirma que o grande problema não é a implantação do Siscan, mas o próprio sistema. Maira defende que os 60 dias passem a ser contados a partir de um laudo que diagnostique a doença, não a partir de um cadastro no sistema.
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Na Baixada Santista, o problema é o mesmo, afirma a enfermeira e presidente do Instituto Neomama, Gilze Maria Costa Francisco. “Acredito que a lei tem uma série de elementos que não foram planejados e estão gerando uma expectativa muito grande. Porém, para ser implantada, precisa de subsídios de todas as esferas. Seja na questão do diagnóstico, da disponibilidade de tecnologia e espaço para o tratamento até no número de profissionais. É um efeito dominó”.
Desta forma, afirma ela, mesmo que o sistema funcionasse, isso quer dizer, que o cadastro fosse feito e o tempo calculado, a estrutura de atendimento ainda teria de melhorar. “Não adianta alguém dizer: você tem câncer e precisa se tratar até tal dia. É preciso garantir o atendimento”, diz Gilze.
http://www.atribuna.com.br/cidades/mesmo-com-lei-tratamento-de-c%C3%A2ncer-enfrenta-um-in%C3%ADcio-lento-1.375246
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