sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Violência dispara no DF após dois meses de Operação Tartaruga da PMDF



 

O Distrito Federal registrou 14 ocorrências de homicídios na última semana. Do total de assassinatos ocorridos a segunda-feira (9/7) e domingo (15/7), 79% dos casos envolveram arma de fogo. Todas as vítimas tinham antecedentes criminais. Os dados são da Secretaria de Estado de Segurança Pública do DF.

 Dentre os mortos, três cumpriam prisão domiciliar. A grande maioria das vítimas, 92%, era do sexo masculino e 29% do total tinham entre 25 e 32 anos. Três adolescentes estavam entre as 14 vítimas dessa semana, mortos no Gama e em Samambaia.

Com um total de quatro ocorrências, 28,6%, Ceilândia foi a região com o maior número de homicídios registrados nesse período. Todos ocorreram durante o fim de semana.

Os homicídios no DF concentram-se entre sexta e domingo e acontecem principalmente durante a madrugada. Dos 14 casos registrados na última semana, 64,3% ocorreram no final de semana e 71% durante a noite e madrugada.

Nesse período, a polícia apreendeu 30 armas de fogo e ainda registrou 18 tentativas de homicídio e 12 sequestros relâmpagos. Em sete deles, houve roubo dos carros.
 
Em janeiro, houve aumento de 28% nos homicídios em relação ao mesmo período de 2013
 

Placas avisando sobre a Operação Tartaruga foram espalhadas em todo o DF, mas retiradas em seguida .
 
Após dois meses de Operação Tartaruga da PMDF (Polícia Militar do DF), a violência disparou nas ruas da capital federal. Dados da SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do DF) mostram que só em janeiro houve um aumento de 28% nos casos de homicídio em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 49 mortes em 2013 contra 63 em 2014.
 
A onda de violência atinge todas as regiões do DF, inclusive bairros nobres da capital. Nas últimas 14 horas, pelo menos duas pessoas foram assassinadas.

Apesar de confirmada pelos militares, a SSP-DF negava, até o início desta semana, a existência da paralisação. Na segunda-feira (27), a categoria espalhou outdoors em vários pontos do DF afirmando que a Operação Tartaruga está, de fato, acontecendo. Com isso, as ocorrências são atendidas com demora e há menos policiamento ostensivo nas ruas, abrindo brechas para a ação dos bandidos.
 
Nas "propagandas", que já foram removidas, eram exibidos pedidos de valorização de policiais e bombeiros militares e a exigência para que o governo cumprisse as promessas salariais feitas durante a campanha eleitoral de 2010. Os policiais também convocaram os colegas para uma assembleia geral, marcada para o dia 13 de fevereiro, em frente ao Palácio do Buriti, sede do executivo local.


O coronel Mauro Manuel Brambilla, presidente da ASSOR-PM/CBM e Coordenador do Fórum das Associações representativas de PMs e CBMs do DF, Novo Movimento Unificado e Rede Democrática, explicou que a categoria está insatisfeita desde 2011 e que desde então tem oferecido caminhos "viáveis para o governo resolver o problema", mas sem sucesso.
 
Com a queda de braço entre o governo e a PM, a população fica refém da violência nas ruas. Na última semana, multiplicaram-se os casos de homícidios e latrocínios, em regiões tranquilas durante a noite e de dia. Nesta quinta-feira (30) um homem foi baleado na frente de um supermercado na Asa Sul, área valorizada onde o metro quadrado de um apartamento está entre os mais caros do Brasil. Já nesta quarta (29) um jovem foi morto em uma tentativa de assalto na frente de casa, em Águas Claras, também uma área nobre.
 
Para o coronel Brambilla, a população não pode cobrar da polícia.
 
— A população não tem que cobrar da gente. Somos pais de família, pessoas honradas, temos compromissos financeiros e necessidades como qualquer pessoa. A população tem que cobrar do governador, que pode resolver os problemas na hora que quiser e não o faz. Ele é o responsável por toda essa situação porque é omisso.

O cabo Davi Rego, do Batalhão de Choque da Polícia Militar, disse que a categoria não está feliz com a operação, mas que é a única forma encontrada para pressionar o governo.

— Não estamos felizes com essa operação e estamos tristes com a situação que o DF se encontra, com a violência aumentando a cada dia. Estamos apenas lutando pelos nossos direitos que estão sendo desrespeitados por quem deveria dar exemplo.
 
Secretaria de Segurança
O secretário de Segurança Pública do DF, que daria uma entrevista ao Balanço Geral DF desta quinta-feira (30) para falar sobre o assunto, não compareceu. Na última segunda-feira ele comentou em entrevista à Record que a situação está sendo tratada por vários órgãos do governo para que alguma solução seja encontrada urgentemente.
 
Na ocasião, Avelar disse ainda que alguns grupos políticos estão se aproveitando do momento para criar instabilidade e colher frutos disso, uma vez que 2014 é ano eleitoral.

— O que a gente espera é que rapidamente a gente possa acabar com esse movimento. E nós estamos tratando isso com muita seriedade. Buscamos uma solução para essa crise.

Em nota oficial divulgada à imprensa no início da tarde, o governador Agnelo Queiroz afirmou que "Brasília não será refém do medo" e repudiou a Operação Tartaruga.

— A categoria tem todo o direito de reivindicar. O que não pode é colocar em risco a vida da população. O Governo do Distrito Federal vai tomar todas as medidas necessárias para que Brasília não se torne refém do medo.

http://noticias.r7.com/distrito-federal/violencia-dispara-no-df-apos-dois-meses-de-operacao-tartaruga-da-pm-30012014

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