Em nota divulgada na noite desta sexta-feira, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) indicou a rejeição da proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban)  e a manutenção da greve, que completou 16 dias nesta sexta-feira. A nota informa que o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, vai orientar os sindicatos do País a rejeitar a proposta em assembleias.

De acordo com Carlos Cordeiro, presidente da Contraf e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, os bancos podem fazer propostas mais vantajosas aos seus funcionários. “Até setores da economia muito menos lucrativos estão fazendo acordos com seus trabalhadores com reajustes salariais maiores. Os bancários estão fazendo a maior greve dos últimos 20 anos e os bancos têm condições de melhorar a proposta”.

Os bancários pedem índice de 11,93% (aumento real de 5%), piso salarial de R$ 2.860,21 e PLR de três salários base, mais parcela adicional fixa de R$ 5.553,15. Além disso, eles pedem a valorização dos vales refeição e alimentação (no valor de um salário mínimo, R$ 678,00) e melhores condições de trabalho, com o fim das metas individuais e abusivas.

A nova proposta de 7,1% de reajuste salarial feita pela Fenaban) ao Comando Nacional dos Bancários, na tarde desta sexta-feira, em São Paulo, foi recusada. A categoria considera que o valor oferecido é um insulto, mediante os ganhos dos banqueiros.

Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e região, Ricardo Saraiva Big, não é possível que outras classes profissionais recebam reajuste salarial maior do que o apresentado para eles.

“Os funcionários de bares e restaurantes tiveram aumento de 10% sem fazer greve. Os banqueiros ganham muito mais do que os donos desses estabelecimentos”, diz.

E acrescenta: “É um absurdo isso que eles estão fazendo com a categoria bancária. O lucro deles é de R$30 bilhões em seis meses”, comenta.

Big acredita que, em breve, uma nova rodada de negociações deva acontecer, inclusive já para a próxima semana. “Pelo que me parece essa não é uma proposta séria. Ela é provocativa e usada para tentar nos rebaixar”.

Na próxima segunda-feira, às 19 horas, a categoria se reúne em assembleia para oficializar a recusa da proposta oferecida pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e reforçar a greve.