Os restos mortais do ex-presidente da República João Goulart serão
exumados nesta quarta-feira, em São Borja, a 594 quilômetros de Porto
Alegre (RS). Os exames fazem parte dos esforços da Comissão Nacional da
Verdade (CNV) para determinar se Jango foi ou não assassinado durante a
ditadura militar.
Segundo o governo do Rio Grande do Sul, a Casa Militar do Estado
organizou um esquema de segurança para que familiares, autoridades e
cidadãos acompanhem o procedimento. Porém, apenas os peritos terão
acesso ao jazigo no cemitério Jardim da Paz. O governador Tarso Genro e a
ministra da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Maria do Rosário,
acompanharão a exumação.
Segundo Maria do Rosário, a exumação é um pedido da família à
secretaria, Ministério Público Federal e à Comissão da Verdade. "A nossa
atuação é conjunta com os peritos do Instituto Nacional de
Criminalística da Polícia Federal e da Argentina, Uruguai, Cuba (com um
perito que trabalhou na exumação do revolucionário Ernesto Che Guevara) e
do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Durante dois anos realizamos
uma pesquisa sobre os tipos de produtos que as ditaduras da Operação
Condor realizavam para o envenenamento de pessoas, e esta pesquisa de
caráter histórico serve justamente para verificar o que os peritos
estarão procurando", disse.
A ministra afirma que com o trabalho realizado é possível comprovar que Jango era perseguido, monitorado diariamente mesmo no exílio, e que as ditaduras dos países da região operaram tendo o presidente João Goulart como um dos seus maiores adversários. O resultado da investigação será apresentado ao governo brasileiro e à família, posteriormente noticiado publicamente.
A ministra afirma que com o trabalho realizado é possível comprovar que Jango era perseguido, monitorado diariamente mesmo no exílio, e que as ditaduras dos países da região operaram tendo o presidente João Goulart como um dos seus maiores adversários. O resultado da investigação será apresentado ao governo brasileiro e à família, posteriormente noticiado publicamente.
"Trata-se de um chefe de Estado, estamos nos preocupando com a
preservação deste momento, tanto pelo resgate da memória de Jango, como
pela família que irá acompanhar. Teremos um aparato de segurança
diferenciado em toda área do cemitério, mas isso não impede que as
pessoas acompanhem o ato", ressaltou o secretário-chefe da Casa Militar e
responsável pela operação, coronel Oscar Luís Moiano.
Depois do procedimento, o corpo de Jango será levado a Santa Maria, de
onde sairá na quinta-feira rumo a Brasília, com honras de chefe de
Estado. No dia 5 de dezembro, o corpo de Jango voltará ao Rio Grande do
Sul, onde será recebido no Palácio Piratini pelo governador Tarso Genro.
No dia seguinte, data que marca os 37 anos da morte do ex-presidente,
será levado de volta a São Borja.
A exumação servirá para apurar a suspeita de que Jango tenha sido morto por envenenamento, durante exílio na Argentina em 1976, o que contraria a versão oficial de que ele foi vítima de um ataque cardíaco. Christopher Goulart, neto e advogado da família, diz que não há dúvidas de que o avô foi assassinado durante a ditadura. A exumação do corpo de um ex-presidente é um fato inédito no Brasil.
A exumação servirá para apurar a suspeita de que Jango tenha sido morto por envenenamento, durante exílio na Argentina em 1976, o que contraria a versão oficial de que ele foi vítima de um ataque cardíaco. Christopher Goulart, neto e advogado da família, diz que não há dúvidas de que o avô foi assassinado durante a ditadura. A exumação do corpo de um ex-presidente é um fato inédito no Brasil.
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