terça-feira, 26 de novembro de 2013

Banqueiros condenados no mensalão querem trabalhar na cadeia

  
Atraindo bem menos atenção que José Dirceu ou José Genoino, os condenados do mensalão a regime fechado planejam passar o tempo trabalhando na biblioteca da penitenciária da Papuda, lendo e dando aulas de idiomas.
 
Sem visitas de políticos, esses presos têm rotina mais discreta. Condenado por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e evasão de divisas, o ex-diretor do Banco Rural José Roberto Salgado começou a cumprir os 16 anos e 8 meses de prisão sozinho em uma cela de seis metros quadrados.
 
Salgado não tem contato nem com outros do regime fechado, como o operador do esquema, o empresário Marcos Valério de Souza. Ele tem a perspectiva de trabalhar na biblioteca da Penitenciária do Distrito Federal 1, área mais nova, arejada e ensolarada.
 
Segundo o advogado Maurício Campos, "ele está ocioso, mas se sentindo seguro". Recebeu visita de familiares e come o marmitex do presídio: carne, arroz, feijão, legumes e salada.
 
Condenada pelos mesmos crimes e à mesma pena, a ex-presidente do Banco Rural Kátia Rabello está numa cela com Simone Vasconcelos e uma advogada no 19º Batalhão da Polícia Militar, também no complexo. Ela passa o tempo lendo livros e planeja dar aula de inglês e espanhol para outras presas. Recebeu visita do marido e dos filhos semana passada.
 
Simone não decidiu se vai para Minas Gerais, caso a Justiça permita. Ocupa o tempo com ao menos três livros. Segundo o advogado Leonardo Yarochewsky, tenta fazer um curso de português e também quer trabalhar para abater os mais de 12 anos de prisão.
 
Ex-diretora da agência de publicidade da SMP&B, ela entrou no presídio com medicamentos para dores na coluna e antidepressivos.
 
Sócio-presidente da agência, Cristiano Paz recebeu a família sexta-feira. Condenado a 25 anos, reclamou da comida e pediu frutas. Avaliou estar "como esperava".
 
Já o consultor Ramon Hollerbach, condenado a quase 30 anos, descobriu que o livro que levou vira acervo da biblioteca do presídio e, com isso, pode retirar outros. Ele montou uma lista de leitura.
Na semana passada, quando o advogado Hermes Guerrero o visitou, recebeu um pacote de biscoito de água e sal, outro de bolachas de maisena, maçãs e laranjas.
 
 

 

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