Doa-se terreno para quem quiser morar na cidade com o segundo pior indicador
de desenvolvimento humano do Brasil. O próprio prefeito de Fernando Falcão (MA),
Adailton Cavalcante (PMDB), faz a publicidade da ideia. "Meu pai foi o prefeito
anterior e comprou a área."
A maioria dos 9.783 habitantes vive na zona rural e depende da agricultura
familiar ou do emprego oferecido pela prefeitura e pelo governo para sobreviver.
Somente o município emprega 300 pessoas. Também é de dependência a relação do
caixa da prefeitura com as transferências de recursos estaduais e federais.
Fernando Falcão arrecada pouco com as também escassas empresas na cidade,
entre elas um posto de combustível, dois restaurantes e duas lojas de
motocicletas.
Há médicos duas ou três vezes por semana, trazidos de Barra do Corda, de onde
se desmembrou a cidade.
A posição de segunda cidade mais pobre do país não tira do prefeito a certeza
de que se separar foi a melhor opção.
"Está 300% melhor", disse Cavalcanti. "Antes tinha casa de palha, agora tem
casa certinha [de alvenaria], água encanada. Energia elétrica também. A gente
dependia de motor [para energia]."
Terra de forasteiros mineiros, paulistas e até catarinenses, caso do atual
prefeito, Walmir Guse (PR), a cidade de Conquista d'Oeste (MT) saiu do patamar
de IDH muito baixo (até 0,500) em 2000 para, dez anos depois, estar entre as
cidades com IDH alto (entre 0,700 e 0,799).
A cabreúva e o mogno, espécies hoje extintas que atraíram madeireiros à
região, deram lugar à pecuária.
"Talvez por ser uma cidade nova, começando do zero a administração, se
consegue superar melhor os problemas", disse o prefeito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário