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Bancários realizam manifestações na última semana
O Sindicato dos Bancários de Santos e região realizam assembleia nesta segunda-feira para oficializar a recusa da proposta oferecida pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e reforçar a greve, que completou 19 dias.
 
A organização de reuniões para mostrar a recusa da proposta foi orientada pelo  Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, conforme informado em nota oficial enviada no final da última semana. 
 
De acordo com Carlos Cordeiro, presidente da Contraf e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, os bancos podem fazer propostas mais vantajosas aos seus funcionários.
 
“Até setores da economia muito menos lucrativos estão fazendo acordos com seus trabalhadores com reajustes salariais maiores. Os bancários estão fazendo a maior greve dos últimos 20 anos e os bancos têm condições de melhorar a proposta”.
 
Os bancários pedem índice de 11,93% (aumento real de 5%), piso salarial de R$ 2.860,21 e PLR de três salários base, mais parcela adicional fixa de R$ 5.553,15. 
 
Além disso, eles pedem a valorização dos vales refeição e alimentação (no valor de um salário mínimo, R$ 678,00) e melhores condições de trabalho, com o fim das metas individuais e abusivas.
 
A nova proposta de 7,1% de reajuste salarial feita pela Fenaban) ao Comando Nacional dos Bancários, na tarde de sexta-feira, em São Paulo, foi recusada. A categoria considera que o valor oferecido é um insulto, mediante os ganhos dos banqueiros.
 
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e região, Ricardo Saraiva Big, não é possível que outras classes profissionais recebam reajuste salarial maior do que o apresentado para eles.
 
“Os funcionários de bares e restaurantes tiveram aumento de 10% sem fazer greve. Os banqueiros ganham muito mais do que os donos desses estabelecimentos”, diz. “É um absurdo isso que eles estão fazendo com a categoria bancária. O lucro deles é de R$30 bilhões em seis meses”, comenta.
 
Big acredita que, em breve, uma nova rodada de negociações deva acontecer, inclusive já para esta semana. “Pelo que me parece essa não é uma proposta séria. Ela é provocativa e usada para tentar nos rebaixar”.
 
Greve
 
As paralisações nas cidades de Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá e Praia Grande, segundo os sindicalistas, continuam com 90% das agências bancárias fechadas. Em Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe e Bertioga 70% dos bancários cruzaram os braços, por tempo indeterminado. 
 
“Estimamos que mais de 3.600 bancários participam da greve, de um total de 4.500 na Baixada Santista. Dos 270 pontos de atendimento (entre agências e PABs) cerca de 210 estão paralisados”, contabiliza Big.