Rio de Janeiro, RJ – As manifestações nas principais cidades do país abalaram a confiança do consumidor. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 0,4% em junho, para 112,9 pontos (escala de zero a 200), puxado pela percepção sobre a situação atual da economia, anunciou ontem, a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Os pesquisadores dividiram a análise em dois períodos (de 31 de maio a 10 de junho e entre 10 e 19 de junho) e verificaram mudanças claras no segundo, quando os protestos se intensificaram e chegaram a mais e mais cidades. “Os resultados estavam melhores até o dia 10. Mas caem bruscamente do dia 10 ao 19”, disse Viviane Seda, coordenadora da Sondagem de Expectativas do Consumidor, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV).
O principal impacto para baixo foi o Indicador da Situação Atual da Economia Local, um dos componentes do Índice de Situação Atual (ISA), que integra o ICC e recuou 1,5%, puxando o indicador geral para baixo.
Até 10 de junho, o Indicador da Situação da Economia Local registrava alta de 3,2%. De 10 a 19 de junho, o indicador recuou 9,3%. No total, o indicador teve queda de 2,3%.
CONJUNTURA
Christian Travassos, economista da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), destaca o peso maior da percepção dos consumidores sobre a conjuntura da economia. “O bolso do consumidor vai bem, obrigado”.
Ainda assim, para o economista, o cenário de desemprego em baixa e renda em alta poderia deixar a situação financeira das famílias ainda melhor, não fosse a inflação elevada. Os dados mostram que o pessimismo conjuntural com os protestos veio se somar a uma trajetória de queda.
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