quinta-feira, 6 de junho de 2013

Coreia do Norte propõe diálogo à Coreia do Sul

Norte-coreanos querem discutir reabertura da zona industrial de Kaesong.
Coreia do sul aceita dialogar, dizem agências de notícias.

Porta-voz do ministério sul-coreano da Unificação,  Kim Hyung-seok, diz que país concorda em manter conversações com a coreia do Norte. (Foto: Lee Jin-man / AP Photo)Porta-voz do ministério sul-coreano da Unificação, Kim Hyung-seok, diz que país concorda em manter conversações com a coreia do Norte. (Foto: Lee Jin-man / AP Photo)
 
A Coreia do Norte propôs nesta quinta-feira (6) o início de discussões com a Coreia do Sul visando a reabertura do complexo industrial intercoreano de Kaesong, fechado por decisão de Pyongyang em meio à tensão militar entre os dois países, e a reabertura da área turística situada no Monte Kumgang.

Barricadas na estrada de ligação com o Complexo Industrial de Kaesong. (Foto: Jung Yeon-je / AFP Photo)Barricadas na estrada de ligação com o Complexo Industrial de Kaesong. (Foto: Jung Yeon-je / AFP Photo)
 
"O local das discussões e a data da abertura podem ser fixados de acordo com o desejo do Sul", informa um comunicado do Comitê do Norte pela Reunificação Pacífica da Coreia (CPRK), órgão encarregado das relações com Seul. A informação também foi veiculada pela agência local "KCNA".
Esse é o primeiro gesto conciliatório do regime norte-coreano desde que o líder Kim Jong-un rompeu as atividades de Kaesong durante a última campanha de ameaças bélicas que seu país realizou entre março e abril.
Presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye. (Foto: Pool / Lee Jin-man / AFP Photo)Presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye. (Foto: Pool / Lee Jin-man / AFP Photo)
Estabelecido em 2004 como um símbolo da cooperação coreana, Kaesong se tornou a principal vítima de dois meses de constante tensão militar, depois de um teste nuclear norte-coreano em fevereiro.
Situado no território norte-coreano, a 10 km da fronteira, Kaesong abriga 123 empresas sul-coreanas e é o único local que comprova a existência de uma aproximação coreana, depois do congelamento das relações bilaterais em 2010.

Com um volume de negócios de US$ 469,5 milhões em 2012, Kaesong constituía uma importante fonte de criação de empregos e de arrecadação de impostos e divisas estrangeiras para a empobrecida Coreia do Norte.

A Coreia do Sul aceitou a proposta norte-coreana, de retomar as conversas para normalizar os acordos comerciais entre os dois países, incluindo o funcionamento do complexo industrial de Kaesong, informam as agências internacionais de notícias.

Segundo o Ministério da Unificação da Coreia do Sul, "Seul está considerando a proposta de maneira positiva e espera que as conversas possam gerar confiança entre ambas as partes".

Casal sul-coreano visita túmulo de familiar morto durante a Guerra da Coreia (1950-1953). (Foto: Lee Jin-man / AP Photo)Casal sul-coreano visita túmulo de familiar morto durante a Guerra da Coreia (1950-1953). (Foto: Lee Jin-man / AP Photo)
 
Na nota divulgada pela agência estatal, o Comitê para a Reunificação Pacífica de Coreia também ressalta que, se Seul aceitar a proposta, as linhas de comunicação serão restabelecidas na aldeia de Panmunjom, no coração da zona desmilitarizada que separa os países, as quais foram cortadas pela Coreia do Norte em março.

Além disso, o regime norte-coreano assegurou que está aberto a negociar os encontros de famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-53), que não ocorrem desde finais de 2010.

Também se mostrou aberto a celebrar uma cerimônia conjunta para comemorar o 41º aniversário do comunicado de 1972, no qual ambos os governos traçaram uma série de passos para conseguir uma reunificação pela via pacífica.

Líder norte-coreano Kim Jong-um, em foto liberada nesta quinta-feira (6), pela ‘KCNA’. (Foto: KCNA / KNS / via AFP Photo)Líder norte-coreano Kim Jong-um, em foto liberada nesta quinta-feira (6), pela ‘KCNA’. (Foto: KCNA / KNS / via AFP Photo)
 
A Coreia do Norte começou a lançar agressivas advertências de "guerra atômica" a Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão depois que o conselho de Segurança da ONU sancionou por unanimidade seu teste nuclear realizado em fevereiro.

A onda de ameaças por parte do regime norte-coreano também protestava contra as manobras militares anuais que EUA e Coreia do Sul realizam na península coreana com aeronaves e embarcações capazes de realizar ataques nucleares.

Em pleno aumento da tensão, o regime de Kim Jong-un cortou a linha de comunicação de Panmunjom, deu por partido o armistício que pôs fim à Guerra da Coreia e expulsou os capatazes sul-coreanos do hoje inoperante complexo de Kaesong.

Em relação ao enclave turístico conjunto do Monte Kumgang, os funcionários sul-coreanos seguem expulsos desde 2008, quando a morte de um turista sul-coreano baleado por soldados norte-coreanos gerasse outro desencontro entre os países.

 http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/06/coreia-do-norte-propoe-dialogo-a-coreia-do-sul-1.html

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